São pelo menos 20 iniciativas mantidas por fiéis que contribuem com a Família de devotos, núcleo responsável pela assistência social.
São pelo menos 20 iniciativas mantidas por fiéis que contribuem com a Família de devotos, núcleo responsável pela assistência social.| Foto: Divulgação/Santuário Nacional de Aparecida

A entrega de cestas básicas para algumas famílias carentes da cidade de Aparecida, em São Paulo, fez o Santuário Nacional perceber a necessidade de expandir os atendimentos. Por isso, em 2010 os voluntários iniciaram projetos para atender gestantes e idosos.

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O hábito do Santuário Nacional de Aparecida de auxiliar os necessitados não é recente. Afinal, Amábile Lúcia Visintainer, também conhecida por Santa Paulina, há quase 100 anos criou o Lar Nossa Senhora Aparecida, destinado a acolher e tornar-se moradia de idosas. Mas, além de manter o Lar Nossa Senhora Aparecida aberto, a semente plantada no século passado cresceu e frutificou.

Hoje, o maior Santuário do mundo dedicado à Nossa Senhora, que está localizado no Vale do Paraíba, em São Paulo, conta com 11 projetos sociais, duas obras filiais e sete entidades, conforme conta Any Renata de Freitas, coordenadora do Núcleo de Serviço Social do Santuário de Aparecida. Dentre mais de 20 iniciativas, algumas delas tem feito a diferença na vida de seus participantes, como:.

Trilhas do Viver

Criado em 2010, o projeto ajuda pessoas na terceira idade, em situação de vulnerabilidade social. As atividades propostas promovem uma melhora na qualidade de vida e autoestima dos atendidos, por meio da proteção básica com atividades assistenciais, lúdicas e educativas.

Foi por causa dos amigos que Maria Donizetti da Silva Queiróz Lima, hoje com 67 anos, conheceu a oficina de dança do Trilhas do Viver, e recuperou a motivação e bem-estar que há tempos não encontrava. “Com o envelhecimento, o idoso se sente sozinho, autoestima baixa, fica abalado físico e emocional. E, após começar a participar das aulas no projeto, o acolhimento dos profissionais e os amigos que criei fazem o dia ser diferente”, compartilha ela, que roga a Deus saúde para participar por muitos anos da oficina de dança.

Além dessas atividades, o projeto, que hoje conta com 125 idosos, também oferece atividades de oficinas de pintura, artesanato, bordado em pedrarias, informática, arte e costura, sempre as segundas, no período matutino. “Hoje sou uma pessoa feliz, por causa da socialização com os outros idosos. As atividades de lazer e eventos oferecidos como a dança, que amo, nos faz sentir importantes. As segundas-feiras se tornam especiais e transformadoras.”, complementa Maria.

Colinho de Mãe

Iniciado com o projeto Trilha do Viver, o Colinho de Mãe também surgiu em 2010. Ele foi criado para atender mulheres com até quatro meses de gestação, em estado de vulnerabilidade social e carência financeira, residentes nas cidades de Aparecida, Roseira e Potim, todas em São Paulo.

Atualmente, atendendo 160 gestantes, o projeto acompanha as mães até o nascimento de seus bebês, por meio do Núcleo Social, explica Any. “Temos por intuito transmitir noções básicas no período da gestação com palestras mensais, abordando assuntos como puerpério, amamentação, cuidados com o recém-nascido e fortalecimento dos vínculos afetivos entre mãe e filho”, complementa.

A mãe de primeira viagem, Viviane dos Santos Pereira, gestante com 24 semanas, sentiu-se amparada ao ouvir o depoimento de outras mães do projeto que, grávidas do segundo ou terceiro filho, a ajudam a entender o dom da maternidade. “Lá tenho muito aprendizado, contribuindo principalmente para mães como eu, pela primeira vez. Além disso, os profissionais são atenciosos, acolhedores e nos ajudam durante e pós gestação”, complementa.

Ainda, mensalmente é repassada uma cesta básica para cada mãe atendida, de acordo com a sua participação no projeto. E ao final da gestação elas recebem um enxoval para o bebê.

Acolher Bem

Anos mais tarde, em 2013, foi implantado o projeto Acolher Bem, que oferece aos maiores de 18 anos a oportunidade de inserção no mercado de trabalho e integração no meio social, por meio da formação profissional íntegra. “Com isso muitos recuperam sua autoestima, alcançam um recurso financeiro familiar e consequentemente, a inclusão social”, conta Any.

Certificada pelas instituições SENAI e SENAC, a pessoa deve ter concluído, no mínimo, o 6º ano do Ensino Fundamental para participar de cursos. São oferecidos os cursos de cozinheiro industrial, garçom e garçonete, assistente de recursos humanos, recepcionista, padeiro confeiteiro e camareira. Foi uma dessas oportunidades que impactou positivamente na vida de Nicolas Henrique dos Santos Coelho, que aos 18 anos finalizou o curso de garçom e iniciou o de assistente de recursos humanos.

O entusiasmo e dedicação dos participantes é tamanho que, no decorrer do projeto, muitos participantes têm a oportunidade de serem contratados no comércio ou rede hoteleira, como aconteceu com Nicolas, que encontrou a área onde pretende atuar futuramente. “Me tornei uma pessoa mais adulta e responsável”, compartilha.

Todos podem ajudar

Embora não exista atuação direta de voluntários nas obras sociais, já que contam com a ajuda dos colaboradores do Santuário, todos podem contribuir com a manutenção dos projetos. “Mantidas financeiramente pela parceria com doadores, as obras atendem crianças, jovens e idosos alcançando 3,5 mil pessoas diretamente pelos projetos sociais e obras filiais. Também, 150 mil pessoas são atendidas indiretamente por meio das entidades mantidas pelo Santuário”, detalha a coordenadora. Quem deseja contribuir deve procurar a Família dos devotos, que é a responsável em manter todas as obras sociais.

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