O dono de uma cafeteria descobriu um câncer terminal. Sua concorrente resolveu trabalhar de graça para ele
| Foto: Facebook/The Local Coffee Company

Dave e Tina Mc Adams tinham aberto uma cafeteria havia menos de um ano, em Oak Grove, Oregon, nos Estados Unidos, quando a sua vida virou de cabeça para baixo: ele descobriu um câncer terminal e a esposa optou por passar todos os momentos que pudesse ao seu lado.

A sua loja, The Local Coffee Company, fica próxima a um concorrente, a Moonlight Coffee. Pixie Adams, a dona da cafeteria rival, sabia o que significava enfrentar um diagnóstico assustador. Ela abriu a sua loja em 2017, quando estava no último período de uma batalha contra o câncer de mama. Em meio aos cappuccinos e aos muffins de mirtilo, ela também realizava sessões de treinamento para pequenas empresas.

Quando Dave e Tina resolveram comprar a cafeteria drive-thru na mesma rua, Pixie conversou com eles e deu algumas dicas. O casal visualizava o negócio como uma parte de sua vida juntos um do outro, mas o futuro se tornou nebuloso quando Dave começou a receber cuidados paliativos. Ele só tinha mais algumas semanas – ou dias –, segundo os médicos.

Tina queria manter a cafeteria de pé, mas também necessitava passar todo o tempo possível ao lado do marido. Pixie, então, se ofereceu para trabalhar na loja, de graça, durante um dia, para que Tina pudesse ficar com Dave.

“Vamos ver se conseguimos dinheiro o suficiente para que você nem precise pensar em como estar em dois lugares ao mesmo tempo”, disse Pixie à Tina que, segundo a concorrente, ficou estarrecida com a proposta de ajuda.

Pixie criou um evento no Facebook para uma coleta de fundos. Com a ajuda de outras pessoas, ela o divulgou em grupos locais, distribuiu panfletos e entrou em contato com programas de rádio. No dia, uma quarta-feira, ela fechou a sua loja e deixou ali um funcionário que redirecionava os clientes para a cafeteria do casal.

Para a The Local Coffee Company, o resultado foi um recorde de vendas. O negócio lucrou perto de US$ 3,3 mil – o equivalente a mais de R$ 13 mil – em apenas cinco horas, para custear as despesas médicas de Dave e o pagamento de funcionários de maneira que a cafeteria possa manter as portas abertas.

Na maior parte do período, filas de seis carros se formavam em ambos os lados do drive-thru, enquanto Pixie e outros voluntários preparavam as bebidas – inclusive pedidos de LovedDeeply, um blend de cafés que ela criou especialmente em homenagem a Dave. Algumas pessoas caminhavam até o guichê apenas para fazer uma doação, colocando dinheiro em uma cesta, enquanto outras se voluntariavam, sem prévio aviso, para ajudar na ação. Pixie teve que manejar vários pedidos de produtos, porque a loja logo ficou com falta de ingredientes.

Ao fim do dia, os voluntários estavam exaustos. Mas o sacrifício valeu a pena. Dave estava tão tocado que chorou quando Pixie lhe pediu permissão para organizar o evento.

“Sempre é sobre colocar a amizade acima do negócio, a comunidade acima da competição”, diz Pixie. “Porque, no fim das contas, é assim que pequenas empresas como as nossas continuarão a existir”.

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