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Ao perceber que o aplicativo de transporte de passageiros para o qual trabalha apresentava problemas técnicos, o motorista Daniel de Oliveira Torres poderia ter cancelado a corrida que aparecia na tela e continuado sua noite de trabalho. “Aquela passageira até me ligou pedindo que eu fizesse isso porque ela precisava iniciar outra corrida e ver se daria certo”, conta o carioca de 30 anos. No entanto, assim que descobriu o motivo do chamado, o trabalhador decidiu ajudar a passageira, localizar a casa dela manualmente e não cobrar nenhum centavo pelo serviço.

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“Ela estava apavorada no telefone porque sua filha apresentava 40 graus de febre e precisava ir ao hospital mais próximo urgente”, conta o morador do município de São Gonçalo. “Então, quando escutei isso, também entrei em desespero e pedi que ela me explicasse a localização dela pelo telefone mesmo porque eu estava indo lá”.

Daniel pensou nos seus filhos quando viu o desespero da passageira. Foto: Arquivo pessoal/Daniel de Oliveira Arquivo pessoal/Daniel de Oliveira

Assim que chegou à residência no bairro Colubandê, Daniel viu Bruna Silva Santos carregando a filha de três anos no colo, muito preocupada. Ele a ajudou a entrar no carro e iniciou a corrida rapidamente até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima. “Saí buzinando e com alerta ligado, como se fosse uma ambulância”, conta o condutor, que é pai de três crianças e se colocou no lugar da passageira. “Fiquei tão preocupado quanto ela, principalmente quando a menina começou a vomitar muito em cima da mãe e no carro”.

“Fiquei tão preocupado quanto ela, principalmente quando a menina começou a vomitar muito em cima da mãe e no carro”.

Segundo ele, o trajeto iniciou por volta das 22 horas e deveria durar entre 15 e 20 minutos em velocidade normal. “Só que eu fiz em 10 porque tinha pouco trânsito e os carros que estavam no caminho começaram a ir para o lado me dando passagem. Aí, quando chegamos na UPA, ela veio me agradecer”.

Em entrevista ao Sempre Família, Bruna contou que já havia ficado emocionada ao ver o esforço do homem para localizar sua casa e levar a criança ao hospital no menor tempo possível. Só que ela não imaginava que Daniel ainda faria mais.

Foto: Arquivo Pessoal/Bruna Silva Arquivo Pessoal/Bruna Silva

“Quando a Leticia começou a vomitar, pedi para ele parar o carro para que não sujasse, mas o motorista falou para eu esquecer o veículo, pois precisávamos socorrer minha filha”, conta. “E quando chegamos ao hospital, ofereci R$ 60 para pagar pelo atendimento e ajudar na limpeza, mas ele disse que não ia cobrar nada”.

Além de não aceitar o pagamento oferecido, o condutor ainda permaneceu estacionado em frente à UPA por quase três horas aguardando Bruna e sua pequena saírem da unidade. “Voltamos para casa por volta de uma da manhã, e fiz questão de relatar o que aconteceu no meu Facebook com o intuito de agradecer publicamente”, relata a mãe.

A publicação foi realizada no último dia 6 de novembro e, até esta quarta-feira (13) já contava com 187 mil curtidas e 55 mil compartilhamentos. “Ainda dá para acreditar nesse mundo e, se você pedir um Uber e for ele pode aceitar, porque é o melhor motorista que eu já conheci”, escreveu.

Quem é o condutor?

Daniel de Oliveira Torres tem 33 anos, trabalha como repositor em um supermercado de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e começou a trabalhar como motorista de aplicativo neste mês, para complementar a renda familiar. Ele também faz limpeza de veículos, e Bruna fez questão de postar fotos desse serviço em suas redes sociais para divulgá-lo. “Ele foi um anjo de Deus na minha vida, e o mínimo que eu posso fazer é isso”.

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