Jacob nasceu oito semanas antes do previsto e sem boa parte do braço esquerdo e só agora, aos cinco anos, pôde abraçar seu irmão mais novo
Jacob recebeu sua prótese no dia 12 de dezembro| Foto: Reprodução/Glaze Prosthetics

Gesto simples e carregado de afeto, o abraçar é algo tão comum que não imaginamos como deve ser a vida de alguém que não consegue fazê-lo, por conta de uma barreira física. E esse é justamente o caso do pequeno Jacob, de cinco anos, morador de West Yorkshire, na Inglaterra, que só na última semana conseguiu abraçar o irmão mais novo.

Jacob nasceu oito semanas antes do previsto e sem boa parte do braço esquerdo. Só que nem o sistema público de saúde britânico e nem a maioria das empresas privadas consideram a prótese funcional, que ele precisaria, uma opção válida para quando o membro termina acima do cotovelo. Então foi preciso recorrer a outros meios.

Foi aí que Gemma Turner e Chris Scrimshaw, seus pais, conheceram Ben Ryan, e as coisas mudaram para melhor. O casal precisou fazer um financiamento coletivo para arrecadar 16 mil libras, o equivalente a aproximadamente R$ 87 mil e Ryan entrou em cena para projetar uma prótese funcional para Jacob.

Ryan mora no País de Gales e fez sua primeira prótese hidráulica quando seu filho precisou fazer uma amputação de emergência aos 10 anos. Na ocasião ele deixou o emprego como professor de psicologia para se dedicar às pesquisas para a confecção do produto. A ideia foi tão bem-sucedida que há dois anos e meio ele abriu sua própria empresa, a Ambionics, e agora em uma fusão ele trabalha juntamente com uma fabricante de prótese polonesa, a Glaze Prosthetics.

Jacob, o super-herói

Para aperfeiçoar o braço hidráulico de Jacob, Ryan trabalhou em parceria com a família do menino e um especialista em prótese. Para Gemma e Chris era de extrema importância que o filho pudesse ter um cotovelo que pudesse ser colocado em várias posições e que a prótese tivesse um mecanismo de garras e mão modular para ser trocada por outras ferramentas.

Em entrevista à BCC, Ryan explicou que as próteses são impressas em 3D e aí são forjadas em pó e nylon a laser. O cotovelo pode ser ajustado por meio de uma trava deslizante e a mão fecha quando Jacob aperta uma câmara de borracha cheia de água fixada na parte de cima do braço.

Claro que tudo isso é muito importante e agrega valor à prótese, o que deixou os pais de Jacob muito felizes. Mas o que chamou a atenção do menino, de fato, foi a prótese ser verde e grande, lembrando a de um super-herói. “Ele não se preocupa em parecer com todo mundo”, disse Gemma à BBC. “A prótese excedeu as expectativas de todos e agora ele pode enfim dar um abraço no irmão e segurar a mão dele”, comentou Ryan. Além disso, Gemma notou que Jacob melhorou sua postura após começar a usar a prótese.

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