Rebecca foi fotografada aos 2 anos de idade, enquanto esperava um transplante de medula óssea| Foto: Mykaella Carbonera
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A fotografia virou profissão para a paranaense Mykaella Carbonera por acaso. O hobby foi ficando sério até que, há pouco mais de dois anos, ela passou a dedicar parte do tempo para eternizar momentos especiais de crianças em tratamento de saúde ou com alguma deficiência. O projeto “Fotografia do Bem” tem como objetivo proporcionar uma experiência diferente para as famílias e difundir informações sobre doenças e síndromes raras.

A iniciativa começou com a ajuda da Apae de Umuarama, no Paraná, e já teve a participação de crianças com câncer, síndrome de Down, paralisia cerebral, síndrome Cornélia de Lange, mitocondriopatia, entre outras. Normalmente as fotos são feitas no campo, com pequenos animais como gatos, cachorros e galinhas, em locais cedidos pelos proprietários.

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Quando o trabalho termina, Mykaella pede que as mães gravem um depoimento contando a história por trás da foto. O material é divulgado nas redes sociais e site da fotógrafa. A tarde divertida é o maior retorno que a profissional pode ter. “Tem muitas crianças que vivem em internamento domiciliar e saem de casa normalmente para ir ao hospital, médico e fisioterapia. Quando elas saem para algo mais alegre, no sítio, é um momento muito feliz”, destaca.

Com relação ao preconceito que muitas dessas famílias podem sofrer, a empatia é o que faz com que as dificuldades se tornem mais leves. “Quando você tem contato com crianças em condições raras, você começa a pensar que não é tão raro assim, porque você quantas famílias que passam por aquilo”, diz a Mykaella.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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Um descanso

Patriccia Julyana Ally participou do projeto com a filha Rebecca, na época com 2 anos. A menina tinha leucemia e precisava de um transplante de medula óssea. “Foi um dia muito diferente porque a gente estava em pânico e foi tão divertido! Um dia super agradável e gostoso”, afirma a mãe.

A família iniciou uma campanha para conseguir um doador e as fotos contribuíram para que finalmente Rebecca encontrasse alguém compatível. Ela fez o transplante e até já repetiu a sessão de fotos.

Rebecca em sua segunda sessão de fotos com Mykaella. A primeria foi feita quando ela esperava o transplante de medula óssea. Foto: Mykaella Carbonera

Nas redes sociais, Mykaella destaca que o comum é que as pessoas gostem de apenas olhar as fotografias, mas no caso do “Fotografia do Bem”, ficam ansiosas pela leitura dos relatos. Ela conta, inclusive, que já teve mãe que nem participou do projeto, mas chorou emocionada. Para ela é um prazer poder proporcionais essas emoções: “Além de ser um momento de lazer, quase como se não fosse trabalho, para mim representa satisfação profissional e, a acima de tudo, pessoal”, conclui.