As memórias afetivas de uma relação familiar saudável são importantes para construir os primeiros laços de amor e de convívio social.
As memórias afetivas de uma relação familiar saudável são importantes para construir os primeiros laços de amor e de convívio social.| Foto: Jimmy Dean/Unsplash

Ter bons momentos em família faz parte de uma rotina saudável e também impacta no desenvolvimento de habilidades necessárias ao convívio social e noções de respeito pelo próximo. Acima de tudo, é uma forma de amar. Não precisam ser complexas tradições familiares. Muitas vezes pequenos gestos são suficientes para garantir a construção de boas memórias afetivas.

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“Laços de família são muito importantes quando são saudáveis”, ressalta a psicóloga Andréia Coelho. Para ela, o seio familiar é o local onde são construídos os primeiros laços de amor e também onde se dá o primeiro contato com a sociedade. “É onde aprendemos a amar e ser amados e também as regras para se viver no mundo”, explica.

Encaixar na rotina

A falta de tempo, na opinião da psicóloga, faz com que muitas famílias compartilhem poucos momentos com todos juntos e restringindo, muitas vezes, os encontros aos fins de semana. Só que isso não pode ser motivo para não aproveitar. “Se só tem o fim de semana, que possam ter as refeições juntos e criar momentos. Almoçar juntos, preparar a refeição juntos para quem gosta. O importante é que se compartilhe algum prazer juntos”, exemplifica.É importante, de acordo com Andréia, que os pais dividam algo de que gostem. “Marcenaria, culinária, jardinagem. Aquilo que dá prazer aos pais e que possam passar para os filhos. Não tem regra mesmo”, afirma. É um momento de vivência em comum que permite espaço para compartilhar alegrias e diversão, segundo a psicóloga.

O futuro depende das memórias afetivas

Essas lembranças impactam no futuro e na construção psíquica do sujeito, como explica a psicóloga clínica Cassiana Prado. “O ser humano é construído na relação, no ambiente em que está inserido. São essas memórias atreladas a outros elementos de personalidade e biopsicossociais que pautam o desenvolvimento e a constituição subjetiva de cada um”, diz.

Ela destaca que criar e experimentar coisas novas também é muito importante. “De repente trazer algo de fora, como coisas novas, que não experimentaram, pode trazer benefícios. A família estar nesse processo social e cultural é importante porque trazer algo do ambiente externo pode se tornar uma tradição”, ressalta.

Repensar antigas tradições

Ela lembra que manter alguns costumes é algo que pode sempre ser revisto, até porque o mundo está em constante mudança. “O que a gente fazia no passado hoje a gente não faz mais tanto por uma questão social, econômica e cultural. Então é importante fazer as duas coisas: trazer uma tradição do passado, mas também atualizar com elementos presentes”, alerta Cassiana.

A psicóloga concorda que a falta de tempo é um fator que interfere bastante, mas sugere que se não for possível compartilhar hobbies ou momentos de lazer, que a própria rotina permita encontros pontuais. “Algumas famílias têm que sexta é dia da pizza, do filme, de fazer pipoca. Se colocar na agenda essa interação, começa a ter um planejamento. As vezes são coisas do dia a dia. Comprar alimento, ir na feira comer um pastel”, sugere ela.

Independentemente da atividade escolhida, o principal é que seja algo prazeroso e que envolva toda a família. “Tem que ser espontâneo. É a transmissão daquilo que é importante para cada um”, conclui Andréia.

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