Gustavus é uma cidade do Alasca com cerca de 450 habitantes, acessível apenas de avião ou de barco
Toshua Parker viaja 80 quilômetros de barco até a capital do estado, Juneau, semanalmente| Foto: Reprodução/ CTVNews

Gustavus é uma cidade do Alasca com cerca de 450 habitantes, acessível apenas de avião ou de barco. É o tipo de localidade que correria o risco de ficar isolada e sem abastecimento de alimentos em uma pandemia como a atual, se não fosse por Toshua Parker, o dono do único mercado local.

Semanalmente, Parker viaja 80 quilômetros de barco até a capital do estado, Juneau, para abastecer o estoque do seu mercado, o Icy Strait Wholesale. Além das compras para abastecer seu estabelecimento, Parker ainda leva uma lista de pedidos especiais de alguns moradores. A viagem dura 14 horas. Usualmente, o mercado de Parker é abastecido por meio do sistema de balsas que conecta a cidade ao restante do estado, mas o serviço está parado devido à pandemia.

Outra dificuldade é que as docas de Gustavus foram danificadas por tempestades severas ocorridas recentemente – Parker mesmo precisou retornar a Juneau algumas vezes depois de carregar seu barco, quando alguma tempestade surgia no início da viagem de volta.

“É engraçado porque, para nós, não parece uma façanha”, disse Parker à CNN. “O povo do Alasca é fortemente independente e engenhoso. Você precisar ser assim para sobreviver aqui. Portanto, quando surge um problema, normalmente não procuramos ajuda em outros lugares, apenas encontramos uma maneira de dar conta da situação”.

"A cidade precisa ser abastecida com mantimentos, então fazemos o que é necessário para que isso aconteça. Apenas mais um dia em nosso mundo. No próximo ano, será outro obstáculo a ser superado e vamos dar um jeito de lidar com ele e vencê-lo”, afirmou o proprietário do mercado.

Salva-vidas

Desde que abriu seu mercado, há aproximadamente 10 anos, Parker é como um salva-vidas para a comunidade. Pelo fato de só poder ser acessada por avião particular ou barco especial, a população de Gustavus sempre teve dificuldade em adquirir mantimentos.

Ao Washington Post, Leah Okin, de 51 anos, administradora da Associação de Visitantes de Gustavus, explicou que o mercado de Parker contribuiu para que os moradores não precisassem pagar mais por caros serviços de frete, quando faziam compras na capital do país. "Ele definitivamente simplificou a vida de todos nós. Todos cuidamos uns dos outros aqui", disse ela.

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