A gerente comercial Taina de Mendonça e o advogado Renato Marques investiram o dinheiro do casamento nesse projeto e iniciaram uma campanha online para arrecadar o valor restante.| Foto: Arquivo pessoal/Taina de Mendonça
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O sonho de realizar uma grande festa de casamento com amigos e parentes mudou completamente depois que a gerente comercial Taina de Mendonça atuou como voluntária em uma aldeia de Moçambique, na África. “Fui com meu noivo e o que vimos lá nos impactou”, relata a cearense de 33 anos, ao citar a condição de extrema pobreza da comunidade.

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“Eles têm dificuldade para conseguir alimento, não têm água encanada ou energia elétrica, e as escolas são precárias”, disse a brasileira. "Só para ter uma ideia", diz ela, “as crianças estudam ou embaixo de árvores, ou em pequenas salas de pau a pique que estão quase caindo, e os alunos de três a 12 anos recebem o mesmo conteúdo”.

Por isso, assim que os noivos voltaram ao Brasil, seus planos de casamento mudaram. “Decidimos usar o dinheiro da festa para deixar um legado naquela região que nos ensinou tanto e mudou nossas vidas”, afirma o advogado Renato Marques, ao contar o novo sonho do casal. “Vamos construir uma escola na África”.

Com a decisão tomada, o casamento se transformou em uma pequena cerimônia para familiares, em novembro de 2020. Assim, Taina e Renato destinaram R$ 110 mil à construção. “Só que esse valor era metade do que precisávamos”, contou o casal, que aproveitou o matrimônio para começar a campanha que dobraria esse valor. “A cada R$ 1 doado por alguém, nós daríamos R$ 1 real também”.

E a arrecadação começou com os presentes de casamento, pois todos os padrinhos, familiares e amigos que queriam presenteá-los fizeram isso por meio de doações. “No começo acharam estranho, mas depois nos ajudaram muito”, comemora a gerente comercial, ao afirmar que a campanha já alcançou 75% da meta. “Agora falta pouco!”.

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O projeto

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De acordo com ela, o espaço terá oito salas de aula, banheiros, refeitório e uma grande área de lazer com arborização, playground e campo de futebol. “E quem fez esse projeto e vai administrar a escola é a ONG Fraternidade Sem Fronteiras (FSF), conhecida pelo trabalho lindo que realiza no Brasil e na África”, afirma Taina, ao informar que a instituição já está acompanhando a obra.

Segundo o arquiteto Dante Furlan, voluntário da FSF, a construção foi iniciada no segundo semestre de 2021 e usa elementos da cultura africana, como estrutura de madeira, cobertura de palha e ventilação cruzada para amenizar o calor. “Além disso, as comunidades de lá costumam se organizar ao redor de um pátio central, então as salas estão sendo construídas em volta da área de lazer”, explicou.

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E a ansiedade pela conclusão da obra vai além da infraestrutura oferecida. “Essa escola trará oportunidade para que as crianças continuem os estudos”, afirma, ao explicar que alunos da região só recebem ensino gratuito até a quinta série. Sem contar que “elas terão acesso a esporte, alimentação e à água potável, pois temos um poço na área da escola, algo muito raro naquela região”.

Por isso, Dante incentiva mais pessoas a contribuírem com esse projeto e a participarem de outras ações voluntárias. “Isso alegra nossos corações, nos torna profissionais úteis e seres humanos melhores”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Como ajudar

Para contribuir, basta acessar o site da campanha e realizar uma doação a partir de R$ 5. Inclusive, “fizemos uma lista com valores aproximados de alguns itens essenciais para te ajudar a decidir quanto vai doar”, incentivam Taina e Renato, ao citarem que uma carteira escolar custará R$ 100, a lata de tinta ficará R$ 250, o quadro negro, R$ 750, e as mesas com bancos para o refeitório sairão R$ 1 mil cada.

“Ah! E assim que conseguirmos finalizar a obra, comemoraremos nosso casamento com os alunos da escola”, promete o casal, ansioso para que esse sonho se torne realidade. “Afinal, sabemos o poder transformador da educação e o quanto milhares de crianças serão beneficiadas. Não vemos a hora de concluirmos!”, finalizam.