O gaúcho Pedro Doleski desenvolveu sua ideia com a ajuda de quatro colegas ao redor do mundo. Foto: Arquivo Pessoal
O gaúcho Pedro Doleski desenvolveu sua ideia com a ajuda de quatro colegas ao redor do mundo. Foto: Arquivo Pessoal| Foto: Arquivo pessoal

Apaixonado por ciência desde a infância, o gaúcho Pedro Doleske cresceu realizando experiências e buscando inovação. “Com 8 anos de idade, eu já tinha um pequeno laboratório na minha casa”, conta o adolescente de 15 anos, que em pouco tempo ganhou diversas premiações ao redor do mundo, foi indicado ao Prêmio Nobel para Jovens Cientistas e recebeu o convite para ingressar na Academia de Ciências de Nova York, uma das mais importantes do planeta.

Segundo ele, a chance de participar desse grupo seleto de pesquisadores – que já teve entre seus membros nomes como Thomas Jefferson e Albert Einstein – veio em 2019, depois que o garoto desenvolveu, sozinho, uma membrana ecológica capaz de purificar completamente a água exposta a qualquer quantidade de petróleo. “Como é uma solução essencial para casos de derramamento de óleo em oceanos, viajei por diversos lugares apresentando o projeto e recebendo condecorações”, conta o jovem. Só que ele não imaginava que teria um desafio ainda maior alguns meses depois: atuar no combate ao novo coronavírus.

A convocação, de acordo com o morador de Pelotas, no Rio Grande do Sul, foi enviada para cerca de 3 mil cientistas de todos os continentes, e era possível abraçar a causa ou recusá-la. “Eu aceitei participar e tive a ideia de criar um robô para testes rápidos da doença”, relata o garoto, ao afirmar que o projeto reduz a carga de trabalho dos profissionais de saúde e facilita o acesso da população aos exames.

Por isso, Doleske inscreveu sua proposta em uma plataforma online chamada Launchpad e se uniu a outros quatro especialistas nas áreas de tecnologia, multimídia e linguagem para desenvolver e apresentar a máquina à banca examinadora da academia. Os colegas escolhidos foram os adolescentes Lian O'Brien (Irlanda), Muzammil Power (EUA), Niamh Smyth (EUA) e também o paulista Thomas Frade (Brasil). “E não teve nenhum professor nos orientando, pois trabalhamos de forma independente”.

Juntos, o grupo desenvolveu um equipamento que pode ser utilizado facilmente e com rapidez, já que envia o resultado ao paciente em poucos minutos. Para isso, é necessário ler as orientações descritas na tela do robô e preencher alguns dados como nome, e-mail e número de telefone. “Depois, do lado esquerdo da máquina cairá um estojo com o cotonete que o indivíduo colocará no fundo do nariz para coletar a amostra do exame”, explica o gaúcho, ao adiantar que, na parte superior do monitor, um termômetro verificará a temperatura de cada paciente.

O robô ainda imprimirá um código de barras para ser aplicado no estojo antes de o usuário inseri-lo novamente na máquina. “Aí podemos desenvolver uma maneira de o próprio robô realizar o teste, o que demanda uma tecnologia mais aprimorada, ou outra pessoa pode fazer essa tarefa e enviar o resultado ao solicitante”. Além disso, basta apertar um botão para esterilizar todo o aparelho por meio de radiação ultravioleta, evitando a contaminação pelo novo coronavírus durante seu uso.

Ainda segundo o jovem cientista, esse projeto deve ser avaliado pelos diretores da Academia de Ciências de Nova York nos próximos dias e, se for aprovado, um protótipo será desenvolvido em até 2 meses. “Como a repercussão tem sido muito boa nos veículos de comunicação e no meio científico, estou bem confiante”, afirma, ao citar que deseja ver suas máquinas sendo utilizadas pelo mundo, em breve.

Quem torce junto com ele para que isso aconteça o mais rápido possível é a mãe Walviani Furtado Dias, que incentivou o brasileiro desde cedo a gostar de ciência e acredita muito no potencial do filho. “Sou orgulhosa demais do Pedro”, afirma a nutricionista, ao contar que o menino sempre foi curioso, dedicado e apaixonado por experiências científicas. “E eu não precisava ficar pedindo para ele fazer as atividades da escola, porque meu filho gostava e até pesquisava além do que era pedido”, recorda. Por isso, a gaúcha tem certeza que o robô para testes rápidos da Covid-19 desenvolvido pelo garoto será apenas um dos muitos projetos que o rapaz ainda realizará. “Ele nasceu para fazer a diferença e já está conseguindo”.

  • Pedro demosntrou interesse pela ciência desde cedo.
  • O garoto montou seu primeiro laboratório aos oito anos de idade.
Deixe sua opinião