Eles foram criados com excesso de reforços positivos e com pouquíssimas frustrações. Estimulados desde o nascimento, são cultos, falam idiomas diversos e estão conectados a tudo. Mas são instáveis emocionalmente, incapazes de receber uma crítica e possuem dificuldade para encarar decepções. Esses são os jovens da geração Y, nascidos entre as décadas de 80 e 90.
Apesar da infinidade de cursos técnicos, línguas e intercâmbios, a geração Y deixa a desejar quando o assunto é iniciativa e, principalmente, paciência. “Se não são valorizados na empresa ou se o trabalho não tem um crescimento na velocidade de suas expectativas, eles procuram outros lugares. Não existe mais aquela fidelidade de antigamente”, conta Mauricio Lima, sócio diretor da Zero Cinco Propaganda.
Ainda segundo o publicitário, “eles (jovens) devem assimilar todo esse conhecimento adquirido a partir de cursos e viagens e ter a capacidade de tomar decisões, de se moldar em situações e responder a tudo isso de maneira equilibrada”.
Paul Harvey, um professor da Universidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, fez uma pesquisa em que conclui que a geração Y tem expectativas fora da realidade e uma grande resistência em aceitar críticas negativas, além de uma visão inflada sobre si mesmo. Ele conta ainda que pessoas com forte senso de grandeza têm uma grande fonte de frustrações quando suas expectativas não são alcançadas.
Tecnologia
De acordo com a coordenadora do Ensino Médio do Colégio Sion de Curitiba, Lucilene Brustolin, a velocidade com que a tecnologia avançou nos últimos anos é uma das principais causas de o homem atual perder seus critérios, a consciência crítica e seu papel ativo na construção do mundo. “Nossa missão como educadores é promover a formação de cidadãos conscientes de sua humanidade, críticos e agentes de transformação, capazes de entender, escolher, questionar e discernir na sociedade da informação, do conhecimento e consumo, aptos a conviver e respeitar as diferentes culturas e as diferenças entre as pessoas na sociedade globalizada” completa a coordenadora.
De pai a empreendedor
Como pai de dois filhos, um de 16 e outro de 7 anos, Mauricio Lima ressalta a importância de deixar clara a autoridade que os pais devem ter sobre seus filhos. “Grande parte desses jovens não conheceu a figura de autoridade, o que interfere no lado emocional e no nível de comprometimento. Sem isso, a criança cresce achando que o mundo gira ao seu redor.”
Para ele, os pais devem ensinar a ouvir e a buscar seu próprio caminho. “Nossa conversa é no mesmo nível, mostramos o mundo lá fora, a realidade, o senso de cidadania. Desde cedo ensinamos que não estamos ali para servir, mas sim para apoiar”, completa.