A farmacêutica estatal chinesa Sinopharm anunciou que a sua vacina contra a Covid-19 mostrou eficácia de 79,34%, de acordo com resultados preliminares da fase 3 dos estudos, e agora busca aprovação definitiva dos reguladores do país, informou um braço local da companhia estatal. A taxa informada nesta quarta-feira, 30, é mais baixa do que a revelada mais cedo neste mês pelos Emirados Árabes, país em que a Sinopharm conduz a maior parte de sua fase final de testes. Os resultados ainda não foram publicados em periódico científico.
A vacina foi aprovada para uso emergencial em julho na própria China e já recebeu aprovação definitiva nos Emirados Árabes e no Bahrein. No começo de dezembro, o governo dos Emirados Árabes Unidos abriu clínicas pelo país nas quais qualquer pessoa pode receber a vacina.
Na China, o uso da vacina foi autorizado para profissionais de saúde, oficiais do governo e outros grupos. Em novembro, o diretor da Sinopharm informou que quase um milhão de pessoas já haviam recebido essa vacina na China, sem especificar qual das duas vacinas desenvolvidas pela farmacêutica estava sendo distribuída ao público.
O aval de Pequim para uso condicional significaria que o imunizante já poderia ser usado em massa, mas a farmacêutica teria ainda de submeter seus dados finais nos estudos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o regulador da China afirmam que é preciso haver mais de 50% de eficácia, para proteger as pessoas contra a Covid-19.
As vacinas desenvolvidas pela Moderna e pela Pfizer, esta com a BioNTech, foram autorizadas nos EUA, com eficácia de 94% e 95% nos testes finais, respectivamente. O Reino Unido autorizou nesta quarta-feira o uso da vacina da Universidade de Oxford e AstraZeneca. O país já havia autorizado o imunizante da Pfizer no início de dezembro, dando início à sua campanha de vacinação em massa.
Os Emirados Árabes haviam dito anteriormente que a da Sinopharm havia mostrado eficácia de 86%, nos resultados parciais da fase 3 no país. O produto também está sendo testado na Argentina, Peru, Jordânia e Egito.
A China planeja vacinar até 50 milhões de pessoas antes do feriado do Ano Novo Lunar (12 de fevereiro), com vacinas da Sinopharm e da Sinovac segundo pessoas ligadas ao assunto.
Vacina de vírus inativado
O Instituto de Produtos Biológicos de Pequim criou a BBIBP-CorV, vacina de vírus inativado contra a Covid-19 que foi colocada em testes clínicos pela estatal Sinopharm. A vacina deve ser aplicada em duas doses, com diferença de 21 dias. O produto pode ser armazenado em geladeiras comuns.
As vacinas de vírus inativados são uma abordagem mais tradicional de imunização e têm histórico de sucesso, mas têm a desvantagem de serem mais difíceis de serem fabricadas rapidamente.
Segundo o comunicado divulgado hoje pelo instituto, a vacina demonstrou ser segura e os participantes que receberam as duas doses produziram alto nível de anticorpos em uma taxa de 99,52%. Outros detalhes, como o número de participantes que foram avaliados ou de casos de Covid-19 entre os voluntários, não foram informados.
A Sinopharm também testa outra vacina de vírus inativado desenvolvida pelo Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, que está na fase 3 de ensaios clínicos em vários países. Em dezembro, o Peru suspendeu os testes após um voluntário ter sintomas neurológicos, mas concluiu que os problemas não estavam relacionados à vacina e os testes foram retomados.