As vacinas para Covid-19 da AstraZeneca e Pfizer têm eficácia confirmada na redução de hospitalizações.
As vacinas tiveram um bom resultado para reduzir internamentos.| Foto: Bigstock

Apenas uma dose das vacinas da AstraZeneca – produzida no Brasil pela Fiocruz – e da Pfizer, que tem doses aportando no país nesta semana, resultou na redução substancial do risco de hospitalização, de 94% e 85% respectivamente.

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O resultado é de uma pesquisa feita por cientistas da Escócia e do Reino Unido com 99% da população escocesa, que avaliou, pela primeira vez, a efetividade dessas imunizações no mundo real. O estudo foi divulgado em preprint no site da revista The Lancet e teve participação de instituições como a Universidade de Oxford, de Edinburgh, de St. Andrews, dentre outras. A informação é da Agência Fiocruz de Notícias.
  
O estudo associa a primeira dose da vacina da Pfizer com um efeito de redução de 85% do número de hospitalizações em um período de 28 a 34 dias após a vacinação. No mesmo intervalo de tempo, o efeito da vacina da AstraZeneca se relaciona à redução de 94% das hospitalizações.

No período do estudo, cerca de 20% da população da Escócia tinha recebido a primeira dose das vacinas. Após esta primeira aplicação, dos 8 mil casos de pessoas hospitalizadas, apenas 58 pessoas eram do grupo vacinado. 

A metodologia utilizada esteve baseada em um estudo de coorte prospectivo que utiliza a Avaliação Precoce da Pandemia e Vigilância Aprimorada da Covid-19, banco de dados contendo informação sobre vacinação, Atenção Primária, teste de RT-PCR, e registros de hospitalização e mortalidade para 5,4 milhões de pessoas na Escócia (cobrindo 99% da população).

Eficácia no mundo real

Um dos motivos da relevância deste estudo é ser um dos primeiros a demonstrar a efetividade da vacina no mundo real, como explica Marco Aurélio Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz. A vacina da AstraZeneca, por exemplo, já tinha demonstrado alta eficácia nos estudos clínicos de Fase 3, com 76% de proteção contra a infecção sintomática na primeira dose, taxa mantida ao menos durante 3 meses, aumentando a 82% de proteção após a aplicação da segunda dose.

Neste sentido, o estudo realizado na Escócia se soma aos estudos clínicos de Fase 3 ao ser o primeiro no mundo real a reforçar uma maior confiança na imunização com apenas uma dose, a qual permite que se vacinem mais pessoas no primeiro momento.

Proteção dos mais velhos

O estudo também demonstra a efetividade da primeira dose em pacientes maiores de 80 anos de idade, grupo etário mais vulnerável à Covid-19. Para este grupo, o impacto na redução das hospitalizações é de 81%. Krieger aponta que esses dados reforçam mais uma vez a eficácia da vacinação como ferramenta de mitigar a doença, mesmo nos grupos mais propensos a casos severos.

“O importante é que essas efetividades estão associadas com essa importante redução da hospitalização, mas também a uma queda significativa do número de casos de Covid-19 nos países que estão aplicando as vacinas", explicou. O pesquisador salienta que a vacinação não foi a única estratégia adotada por estes países; ela foi utilizada de forma conjunta com estratégias de controle da dinâmica social.

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