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Já aconteceu de você estar sentindo algum tipo de dor e o simples gesto de dar as mãos ao seu parceiro, te dar a sensação de que a situação melhorou?  Pois saiba que essa não é apenas uma impressão. De acordo com um estudo publicado no dia 25 de fevereiro, na revista científica PNAS, quando um casal entrelaça as mãos, as atividades do cérebro de ambos entram em sincronia e resultam em um efeito analgésico.

Isso acontece, porque segundo os cientistas da Universidade do Colorado, responsáveis pelo estudo, o entrelaçar de mãos de um casal faz com que uma rede cerebral envolvida nas regiões ligadas à dor seja acoplada, ao entrar em sincronia. A equipe liderada por Pavel Goldstein realizou um experimento com 20 casais heterossexuais com idades entre 23 e 32 anos, para chegar a essa conclusão.

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Durante o estudo, os especialistas registraram um tipo único de atividade acoplada dos cérebros dos casais quando uma mulher que sentia dor dava a mão ao seu parceiro. Além de reduzir a dor, o toque do parceiro também ativou um mecanismo ligado à empatia. Os resultados obtidos sugerem um possível mecanismo neurológico chamado “analgesia do toque social”, ou seja, o efeito analgésico proveniente do toque de outro ser humano.

O experimento foi feito com o registro das ondas cerebrais emitidas pelos casais via eletroencefalografia externa (EGG). Esse é um sistema não invasivo que envolve a instalação de eletrodos no couro cabeludo.

Efeito analgésico

Segundo os cientistas, a chamada analgesia do toque social já havia sido demonstrada em outros estudos. Eles mesmos já haviam publicado uma pesquisa que mostrava os efeitos do toque de uma pessoa amada na outra. Nessa situação, a respiração e os batimentos cardíacos sincronizavam e faziam com que a dor passasse. Além disso, outros experimentos já indicaram que o toque tem efeito analgésico em bebês que são submetidos a procedimentos médicos simples, sendo terapêuticos e contribuindo na redução da dor de pacientes com câncer.

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Apesar disso, os mecanismos por trás da analgesia ao toque social ainda são obscuros, de acordo com os especialistas. Eles dizem que “enquanto estudos recentes destacavam o papel da empatia do observador no alívio da dor do observado, a contribuição da interação social para a analgesia é desconhecida”.

O resultado deste experimento é coerente, também, com estudos recentes que mostraram que os efeitos analgésicos são modulados pelos circuitos neurais corticais e subcorticais. Ele reforça ainda, a “teoria biopsico-social da dor”, que sugere uma interação dinâmica entre fatores biológicos, fisiológicos e sociais afeta a percepção da dor.

Estudos anteriores

O acoplamento cerebral entre casais já havia sido tema de outros estudos do grupo da Universidade do Colorado. No ano passado, de acordo com o Estadão, eles utilizaram o mesmo tipo de experimento, e mostraram na revista Scientific Reports que o toque era capaz de reduzir a dor.

Anteriormente foram selecionados 22 casais, e a mulher também era submetida a uma dor no antebraço enquanto as ondas cerebrais de ambos os parceiros eram lidas com EEG. Os cientistas estudaram três cenários: o casal junto sem se tocar; o casal segurando as mãos; e os parceiros em salas separadas.

Na ocasião constatou-se que a simples proximidade entre os parceiros já era suficiente para produzir uma sincronia fisiológica: a respiração e os batimentos cardíacos do casal se ajustavam ao mesmo ritmo. Ao se tocarem, a dor era reduzida. E quando o homem não podia tocar a mulher, a sincronia aumentou. Quando ele podia tocá-la novamente, a sincronia voltava ao índice normal, e a dor desaparecia.

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