Polipose nasal, sinusite crônica e mal de Alzheimer são algumas condições que também favorecem a perda de olfato.
Polipose nasal, sinusite crônica e mal de Alzheimer são algumas condições que também favorecem a perda de olfato.| Foto: Bigstock

Nos casos mais severos de infecção pelo novo conoravírus, as vias aéreas são a parte do corpo mais afetada. A dificuldade de respirar e a tosse são os sintomas normalmente tidos pelos pacientes que precisam ser encaminhados ao hospital.

Em boa parte dos casos, porém, é pela perda do olfato ou do paladar que as pessoas desconfiam que podem ter contraído a Covid-19. Só que existem outras explicações para a perda desses sentidos que nada têm a ver com o vírus.

O médico Luciano Campelo, otorrinolaringologista do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia, explica que o paladar está intimamente ligado ao olfato. Por isso quando os pacientes param de sentir cheiros, ou tem esse sentido afetado, o gosto dos alimentos também é atingido.

“É como se o paladar fosse um sentido acessório, secundário. E o olfato, principal. Mesmo que a parte sensorial, na língua, esteja intacta, sem saber o cheiro não sentimos o gosto”, afirma.

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Em razão da pandemia do novo coronavírus, se algum paciente chega hoje ao consultório com queixas de redução na capacidade de sentir cheiros ou gosto, a primeira desconfiança do médico é de que seja Covid-19.

Uma série de outras doenças, porém, também podem provocar esses sintomas. A polipose nasal é um exemplo. São pequenos tumores – normalmente benignos – que crescem nos canais nasais e podem afetar o olfato. Tumores malignos, mais raros, também podem reduzir essa capacidade.

“O médico precisa sempre investigar o sintoma porque pode ser que a causa seja mais antiga do que a infecção por Covid-19”, alerta o médico. Sinusites crônicas também podem provocar alteração no olfato e, consequentemente, no paladar.

Nesses casos, o tratamento clínico, com medicamentos, quase sempre é suficiente para reverter o quadro, já que a perda é temporária. De acordo com o otorrinolaringologista são raros os relatos de perda definitiva.

Em pessoas com idade mais avançada, o mal de Alzheimer é outra doença que pode provocar esse tipo de sintoma. E em pacientes jovens, é um dos principais indicativos de esclerose múltipla. “É um sintoma clássico desse tipo de doença neurológica”, diz Luciano.

A reclamação, porém, não é algo que ocorre com frequência nos consultórios médicos. No último ano, segundo o otorrinolaringologista, a maior parte dos casos se relaciona mesmo com a Covid-19.

Um texto do site do Instituto Nacional do Envelhecimento do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos explica como olfato e paladar mudam conforme o envelhecimento e até durante o tratamento de algumas doenças.

São citadas outras causas para a perda temporária, como por exemplo, o uso de alguns medicamentos, quimio e radioterapia e até um ferimento na cabeça que cause danos aos nervos relacionados à capacidade olfativa.

Como reduzir a falta de sabor

Para amenizar as dificuldades relacionadas ao desinteresse pela alimentação em razão do gosto insosso, o site elenca dicas como adicionar cor e textura na comida para torná-la mais interessante.

Ingerir, por exemplo, vegetais de cores vivas, como cenoura, brócolis e tomate e temperar os alimentos com manteiga, azeite, queijo, nozes ou ervas frescas ou deixar um pouco mais apimentados com mostarda, pimenta, cebola, alho e gengibre.

Entre as orientações mais importantes, porém, a indicação é sempre procurar um médico especialista, como o otorrinolaringologista, que trata de problemas relacionados a olfato e paladar.

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