Além das medidas de proteção, pacientes com doenças reumáticas que afetam o sistema imune devem manter o tratamento em dia| Foto: Bigstock
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Para quem tem o diagnóstico de uma doença reumática imunomediada, as chamadas DRIM, o anúncio das vacinas contra a Covid-19 é bem-vindo, mas não deve mudar os cuidados de proteção ao novo coronavírus. Como o sistema imunológico dessas pessoas já sofre alterações da doença reumática, ou do tratamento que recebe, a resposta das células de defesa às vacinas pode não ser a mesma que em relação ao público geral.

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"Para que a vacina tenha o efeito esperado, o ideal é ter um sistema imune íntegro. Os pacientes têm graus variados de alteração desse sistema, e o tratamento implica em induzir uma imunossupressão também. Assim, o sistema fica um pouco comprometido, no sentido de responder às vacinas", explica a médica reumatologista Gecilmara Salviato Pileggi.

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Evitar os imunizantes contra a Covid-19, no entanto, não deve estar nos planos desses pacientes. "Todos devem tomar a vacina. É a única forma que vamos acabar com a pandemia. Só não temos como responder ainda se elas terão a mesma resposta, o mesmo efeito esperado no público geral. Então, não devem relaxar com os cuidados", recomenda a especialista, que também é coordenadora da Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia e professora da Faculdade de Medicina de Barretos, São Paulo.

De acordo com informe divulgado pela SBR no fim de janeiro, o ideal é que os pacientes estejam com a doença controlada ou em remissão antes de se vacinarem. "Nestes casos, recomendamos, preferencialmente, que a decisão seja compartilhada com o seu médico reumatologista, reforçando a necessidade de manter as medidas de proteção e distanciamento social", destacam os especialistas.

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Cuidados mantidos

Na dúvida se a vacina atingiu o objetivo completo ou em partes, Pileggi explica que as pessoas com as DRIM – assim como todo o resto da população até que boa parte das pessoas seja vacinada – devem manter as medidas de prevenção ao Sars-CoV-2. Entram nessa categoria:

  • Uso da máscara bem ajustada ao rosto;
  • Higienização adequada das mãos;
  • Manter o distanciamento social;
  • Preferência aos ambientes ventilados.

Sem parar o tratamento

Outra preocupação dos pacientes com doenças reumáticas deve ser manter a medicação em dia, sem suspender em nenhum momento. De acordo com Pileggi, ainda que o tratamento interfira no sistema imunológico, ele não deve ser suspenso, sob risco de piorar a doença reumática.

"O risco de suspender a medicação é que a doença entre em atividade. Às vezes ela está ali, quietinha, controlada, e parar com o tratamento a faz acordar, acarretando em várias complicações, inclusive aumentando o risco de desenvolver quadros graves da Covid-19", destaca.

A especialista lembra que, diante das informações até o momento, as doenças reumáticas não são fatores de risco para versões graves da Covid-19, exceto entre pessoas com a doença em atividade e que fazem uso de muitas medicações. "Às vezes o paciente para com uma medicação, fica pior da doença e, então, o risco de ter uma complicação da Covid-19 aumenta. Deve-se manter as medidas preventivas e não interromper as medicações", recomenda.

Prioridades

De acordo com informativo divulgado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia no fim de janeiro, pessoas com doenças reumáticas imunomediadas – com impacto no sistema imunológico – estão no grupo prioritário para receber a vacina contra a Covid-19.

No caso de doenças que não são imunomediadas, como osteoporose, fibromialgia, gota e osteoartrite (artrose), esses pacientes não estão entre os grupos prioritários para a vacinação, pois as condições não estão associadas a maior risco de complicações pela Covid-19.

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