Quem passou por um AVC costuma ter problemas cognitivos que fazem com que o tratamento exija acompanhamento de perto.
Quem passou por um AVC costuma ter problemas cognitivos que fazem com que o tratamento exija acompanhamento de perto.| Foto: Bigstock

Ter tido um acidente vascular cerebral isquêmico predispõe a outros episódios de AVC e até mesmo de infarto do miocárdio. Esta é a conclusão de um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com 120 pacientes.

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Para chegar a esse resultado foi avaliado o escore de cálcio em 80 pacientes acometidos por AVC isquêmico e em outros 40 voluntários sem histórico da doença. Obtido por meio de exames de tomografia, esse parâmetro serve como indicador de risco de depósito de gordura nas artérias (aterosclerose) do coração.

Pacientes com um escore maior que zero correm mais risco de ter artérias doentes, mesmo que não manifestem nenhum sintoma. As informações são da Agência Fapesp e o trabalho foi publicado na revista Cardiology and Cardiovascular Medicine.

Alerta para AVC

“Entre os pacientes que tiveram AVC, 85% tiveram um escore de cálcio acima de zero, em contraste com 57,5% dos indivíduos sem AVC. Pacientes com AVC e placas de aterosclerose em artérias cervicais e intracranianas tiveram os escores de cálcio mais altos que os demais participantes da pesquisa. Isso não quer dizer que essas pessoas terão necessariamente um infarto ou outro AVC, mas o fato de terem esse resultado mesmo já fazendo tratamento para evitar o problema acende um alerta”, disse Ana Luíza Vieira de Araújo, primeira autora do estudo.

O cálcio é um componente natural do sangue e sua circulação pelas veias e artérias é normal. O mineral pode se acumular em placas de aterosclerose, doença que causa enrijecimento das artérias e favorece sua obstrução por coágulos (trombose).

Nesses casos, ocorre a diminuição do fluxo de sangue para órgãos como o coração (levando a infarto do miocárdio) ou o cérebro (levando ao AVC isquêmico). Essas doenças estão entre as principais causas de morte no Brasil.

Acompanhar é preciso

A pesquisa chama a atenção para a necessidade de um acompanhamento mais atento dessas pessoas, que têm risco aumentado de sofrer um novo AVC ou um infarto. Como muitos pacientes que apssaram por um AVC apresentam sequelas cognitivas, acabam tendo dificuldade de aderir ao tratamento. Por este motivo, eles deveriam ser acompanahdos mais de perto, pára evitar problemas cardíacos e novos AVCs.

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