Apesar de não ter cura, há 10 anos a medicina não dispõe de novos fármacos para o tratamento do lúpus.
Estudo clínico será conduzido em Curitiba e pré-seleção acontecerá durante o mês de junho.| Foto: Bigstock

O lúpus é uma doença inflamatória autoimune (causada pelo próprio sistema imunológico), que pode se manifestar em vários órgãos de forma lenta ou agressiva. E por seu caráter sistêmico, ele tem potencial para comprometer órgãos vitais, como os rins, pulmão e coração, além da pele, articulações e sistema nervoso central.

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E apesar de não ter cura, há 10 anos a medicina não dispõe de novos fármacos para o tratamento da doença. Mas agora, pacientes portadores de lúpus poderão participar de um estudo clínico, para um novo medicamento. O trabalho será conduzido pelo médico reumatologista Sebastião Cezar Radominski, professor de Reumatologia do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e diretor do Centro de Estudos em Terapias Inovadoras (CETI) – um dos mais importantes centros de pesquisa da área, com 24 anos de atuação.

Durante o mês de junho será feita uma pré-seleção de pacientes, em Curitiba. Aqueles que preencherem todos os critérios de inclusão – e nenhum de exclusão – serão chamados para iniciar o estudo no início de julho. O recrutamento vai até início de 2023.

“Trata-se de uma nova medicação via oral, com mecanismo de ação inovador e com o objetivo de impedir a progressão do lúpus para as suas formas mais graves”, explica Radominski. A medicação, de caráter alvo-específico, pode reduzir a dependência dos corticoides, geralmente prescritos em altas doses (com uma série de efeitos colaterais) para o controle do lúpus.

Resultados tendem a ser promissores

Justamente pela falta de opções mais modernas em medicamentos para o lúpus, os resultados desse estudo clínico tendem a ser promissores. De acordo com Radominski, essa pode ser uma nova opção de tratamento para pacientes não atendidos e/ou refratários aos tratamentos tradicionais disponíveis atualmente, para impedir a progressão da doença.

Devido aos excelentes resultados nos estudos anteriores, o Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, autorizou esse novo estudo de fase II, multicêntrico e mundial, que poderá levar à aprovação do remédio em um período de 2 a 3 anos. Os objetivos principais do estudo, no momento, são avaliar a segurança e a eficácia do medicamento sob investigação em lúpus e determinar uma dose ideal.

No Brasil, o estudo será submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, e tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

Quem pode participar

Os candidatos ao ensaio devem ter mais de 18 anos e obedecer a alguns critérios de inclusão. Não pode haver comprometimento renal importante e a doença precisa estar ATIVA apesar do tratamento atual, apresentando manifestações como juntas inchadas (artrite) e lesões de pele avermelhadas, ativas e extensas. Esses dados serão avaliados na primeira consulta com o médico especialista (reumatologista).

Pacientes que obedeçam a esses critérios e desejem fazer parte das pesquisas devem entrar em contato com o CETI pelos telefones (41) 3022-3482 e (41) 99717-0003 (com Jéssica), diariamente, das 7h30 às 15 horas.

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