Após revisão de estudos clínicos com o remdesivir, a OMS desaconselhou o uso do antiviral no tratamento de Covid-19, por falta de evidências de seus benefícios
Após revisão de estudos clínicos com o remdesivir, a OMS desaconselhou o uso do antiviral no tratamento de Covid-19, por falta de evidências de seus benefícios| Foto: BigStock

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma nova recomendação nesta quinta-feira (20) desaconselhando o uso do antiviral remdesivir no tratamento de pacientes hospitalizados com Covid-19, independentemente da severidade da doença.

Um painel internacional de especialistas revisou estudos clínicos sobre o uso do remdesivir e concluiu que não há evidências de que o medicamento tenha impacto nas taxas de mortalidade, na necessidade de ventilação mecânica, no tempo de internação ou em outros resultados importantes para o paciente.

Os dados revisados pelos especialistas incluem os resultados do ensaio clínico Solidarity, conduzido pela OMS e que foram divulgados parcialmente em 15 de outubro, e de outros três estudos controlados randomizados, totalizando mais de 7.000 pacientes. A nova recomendação foi publicada no periódico BMJ, da Associação Médica Britânica.

O grupo afirmou que mais pesquisas são necessárias para se ter certeza sobre o efeito do remdesivir em grupos específicos de pacientes e apoiou a continuação dos ensaios clínicos com o antiviral.

A farmacêutica Gilead Sciences, fabricante do remdesivir, afirmou em nota que o medicamento é "reconhecido como padrão de cuidado no tratamento de pacientes hospitalizados com Covid-19 em diretrizes de diversas organizações nacionais confiáveis, incluindo os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e sociedades de doenças infecciosas dos EUA, Japão, Reino Unido e Alemanha". A empresa disse ainda que existem "vários estudos controlados randomizados publicados em periódicos revisados que mostram os benefícios clínicos do Veklury [nome comercial do remdesivir]".

O remdesivir recebeu autorização para uso emergencial nos Estados Unidos. No Brasil, o seu uso está restrito para ensaios clínicos.

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