Aplicado nos Estados Unidos e na Europa, a vacina da farmacêutica Moderna usa a mesma tecnologia da vacina da Pfizer/BioNTech
Aplicado nos Estados Unidos e na Europa, a vacina da farmacêutica Moderna usa a mesma tecnologia da vacina da Pfizer/BioNTech.| Foto: Bigstock

A vacina contra a Covid-19 produzida pela farmacêutica norte-americana Moderna poderá ser o sétimo imunizante disponível aos brasileiros, caso receba a aprovação de uso pela Anvisa. Na última semana, representantes do laboratório confirmaram ao Ministério da Saúde que poderiam entregar 13 milhões de doses ainda em 2021.

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Até o fim de julho, o país receberia 1 milhão das vacinas. Mesma quantidade até o fim de agosto e, novamente, mais um milhão até o fim de setembro. Entre outubro e dezembro seriam enviadas as 10 milhões de doses restantes. As informações foram divulgadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Até o início de junho, estão aprovadas para uso emergencial as vacinas:

  • Coronavac, produzida pela Sinovac/Instituto Butantan;
  • Cominarty, produzida pela Pfizer/BioNTech;
  • Covishield, produzida pela AstraZeneca/Universidade de Oxford/Fiocruz;
  • Imunizante produzido pela Janssen;
  • Covaxin*, produzida pelo Bharat Biotech;
  • Sputnik V*, produzida pelo Instituto Gamaleya.

*A liberação de importação dos dois últimos imunizantes foi feita mediante condições controladas. Confira as decisões da Anvisa para a vacina Sputnik V, e para a vacina Covaxin.

RNA mensageiro

Produzida pela Moderna e pelo Instituto norte-americano de Alergias e Doenças Infecciosas, a vacina mRNA-1273 usa a mesma tecnologia do imunizante desenvolvido pela Pfizer/BioNTech: o RNA mensageiro.

A estratégia deste tipo de vacina é entregar às células humanas parte do RNA do vírus, que contém as instruções para a produção de uma proteína do coronavírus. No caso, trata-se da proteína Spike, que se localiza na superfície do vírus e é usada para entrar nas células.

Ao produzir temporariamente essa proteína Spike, as células do sistema imunológico aprendem a reconhecê-la como algo estranho ao organismo humano e a produzir anticorpos que vão ativar o ataque. Quando a pessoa entrar em contato com coronavírus real, o sistema imune estará preparado para defendê-la de uma Covid-19 mais grave.

Eficácia

Resultados dos estudos clínicos de fase 3 demonstraram que a vacina da Moderna tem uma eficácia geral de 94,1%. Entre os participantes dos estudos com maior risco para a Covid-19 grave, a vacina mostrou uma eficácia de 90,9%. Entram neste grupo pessoas com doenças pulmonares crônicas ou cardíacas, obesidade, doenças no fígado, diabetes ou infecção do HIV.

Os dados de eficácia e segurança do imunizante foram publicados no início de fevereiro na revista científica New England Journal of Medicine. Com relação a efeitos colaterais, os pesquisadores destacam sintomas leves a moderados, que tendem a sumir em poucos dias. São eles:

  • Dor ou inchaço no local da aplicação;
  • Cansaço;
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Nódulos linfáticos inchados embaixo dos braços;
  • Dor de cabeça;
  • Dores musculares ou nas articulações;
  • Náusea;
  • Vômito.

A vacina deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de quatro semanas (28 dias). Além dos Estados Unidos, outros países que também aprovaram o uso do imunizante são Canadá, Guatemala, Honduras, Israel, Japão, Reino Unido, Coreia do Sul, Catar, Filipinas, Singapura, Noruega, Mongólia, Moldávia, Islândia, Kuwait, Suíça, Botsuana, Groelândia, Tailândia, Vietnã, Taiwan, Maldivas, União Europeia e a Organização Mundial da Saúde.

Com a liberação pela OMS, o imunizante faz parte do consórcio Covax Facility, de entrega de doses anticovídicas a países que não podem adquiri-las.

Idade

Crianças e adolescentes ainda não podem receber a vacina da Moderna. Apenas adultos a partir dos 18 anos. No entanto, a farmacêutica deu início, em março, em um estudo clínico focado em crianças dos seis meses aos 12 anos de idade.

A expectativa é testar duas doses da vacina em 6.750 crianças, nos Estados Unidos e no Canadá. A pesquisa está sendo conduzida em parceria com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, sigla em inglês) e com o Instituto Nacional de Saúde (NIH, sigla em inglês).

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