Diretora da entidade alerta para que as medidas de controle se mantenham até que boa parte da população esteja imunizada
Diretora da entidade alerta para que as medidas de controle se mantenham até que boa parte da população esteja imunizada| Foto: Bigstock

Distanciamento social não significa isolamento ou lockdown. Trata-se apenas de manter distância de outras pessoas, evitando locais com aglomeração, e preferindo sempre dar pelo menos dois grandes passos de distância entre você e outra pessoa. Mas por quê?

Sabe-se hoje que uma das principais formas de transmissão do novo coronavírus se dá por gotículas das salivas de pessoas contaminadas que ficam no ar – em forma de aerossóis – ou quando caem em mucosas de outros. O distanciamento, além do uso das máscaras e a higienização adequada das mãos são as medidas mais indicadas pelos especialistas para conter a disseminação do vírus.

Na última terça-feira (19), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou que, mesmo com o início da vacinação, ainda haverá um caminho longo até que boa parte da população mundial seja imunizada. E, enquanto isso, é fundamental manter as medidas de prevenção, inclusive o distanciamento. As informações são da Agência Brasil.

"As vacinas vão ajudar a salvar vidas. Estamos cientes de que ainda não há doses para atingir o impacto da transmissão [do vírus] no curto prazo. As doses disponíveis são poucas. E esses fatores mostram a necessidade de intensificar as ações do sistema de saúde para limitar a exposição ao vírus. Distanciamento social, evitar aglomeração e lavagem das mãos são nossas melhores esperanças", afirma Carissa Etienne, diretora da Opas, em entrevista coletiva.

Sobre o acesso limitado às vacinas, a diretora disse que essa situação deve durar algumas semanas ou meses. Justamente por esse período, os países devem manter as medidas de contenção do vírus. "Para este ano, vamos ter que manter medidas para limitar transmissão intensa", completou o brasileiro Jarbas Barbosa, diretor assistente da Opas.

Distribuição das doses

Ao todo, o continente americano reúne cerca de um bilhão de pessoas que devem ser imunizadas contra a Covid-19. Espera-se que, até o início de março de 2021, 20 milhões de doses sejam distribuídas.

Na sequência, em abril, 35 milhões de doses e, em maio, mais 45 milhões. Todas as nações da região fazem parte do consórcio Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Carissa Etienne explica que o mecanismo Covax Facility é o caminho mais adequado para a compra de vacinas. Até o momento, o consórcio tem previsão de 2 bilhões de doses e continua negociando com as farmacêuticas que atuam no desenvolvimento de imunizantes, como AstraZeneca e Pfizer.

Logística

De acordo com os representantes da Opas que participaram da entrevista coletiva, os países devem se preparar adequadamente para receber e distribuir as doses, a partir dos planos nacionais.

A Opas disponibilizou para os governos documentos para orientá-los na formulação e no monitoramento desses instrumentos. Entre os pontos, destacam-se a definição dos públicos prioritários, a organização da logística de armazenamento, distribuição e aplicação.

Até o momento, 18 países já compartilharam os planos com a organização. Carissa Etienne ressaltou que ainda há dificuldades em algumas nações das Américas com a preparação para o início dos planos de imunização.

"A maioria dos países não está pronta para começar a vacinar. Os países não deveriam apressar campanhas: estar pronto é mais importante do que ser rápido. É tempo de os países agirem para estarem prontos para distribuir as doses e vacinar as pessoas", afirmou a diretora da Opas.

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