Nova variante é mais transmissível e agressiva, mas discriminação ainda é o que impede os efeitos maléficos da doença.
Nova variante é mais transmissível e agressiva, mas discriminação ainda é o que impede os efeitos maléficos da doença.| Foto: Bigstock

Mais transmissível e prejudicial à saúde, uma nova variante do HIV, identificada como VB, foi encontrada em pacientes da Holanda. Os dados sobre ela foram levantados em pesquisa divulgada em fevereiro pela Universidade de Oxford.

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Assim como outros vírus, o HIV já sofreu diversas mutações em seu material genético original, mais de 300, que modificaram as proteínas que o vírus usa para se replicar, como explica o médico infectologista Ricardo Vasconcelos, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

"A mudança permitiu que ele se tornasse mais ágil, possibilitando, ao infectar uma pessoa, atingir cargas virais mais altas e fazer mais cópias de HIV no organismo. Isso faz com que a doença tenha uma progressão mais rápida que o habitual. Quanto maior a carga viral, maior a transmissibilidade dessa pessoa”, explica ele.

Ainda não há informações se essa variante chegou ao Brasil, mas foi verificado que, apesar de sua agressividade, ela responde bem aos tratamentos existentes. As informações são do Jornal da USP.

Números do HIV hoje

Uma pessoa morre por minuto no mundo por HIV, segundo a Unaids ( programa das Nações Unidas criado em 1996, cuja função é a de criar soluções e ajudar nações no combate à Aids).

Hoje em dia, 38 milhões de pessoas vivem com a doença: desse total, 28 milhões estão em tratamento antirretroviral.  Desde a década de 1990, os retrovirais são usados, além de novos medicamentos, no tratamento.

Para o infectologista, conter a doença não é algo difícil, mas conseguir diagnosticar todo mundo e conter a epidemia é mais complicado. “A dificuldade é fazer as pessoas com HIV se testarem e enfrentarem toda a discriminação e sorofobia que existem no mundo e continuarem vinculadas ao tratamento, ao Serviço de Saúde, às consultas, aos exames. Essa é a dificuldade. Quando a pessoa consegue passar por todas essas etapas, não tem dificuldade”, afirma Vasconcelos.

Segundo a Unaids, estima-se que 79 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus, que ainda não tem nem vacina, nem cura. Desde o início da pandemia, cerca de 36 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas à Aids e um milhão e meio foram recém-infectadas  pelo HIV em 2020.

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