O hábito de fumar atinge diretamente a saúde do coração, predispondo ao infarto e doenças cardiovasculares
Uma em cada quatro mortes por doença coronariana tem relação com o hábito| Foto: Donny Jiang/Unsplash

Responsável por uma a cada quatro mortes por doença coronariana, o hábito de fumar atinge diretamente a saúde do coração, predispondo a infartos e doenças cardiovasculares. Já parar de fumar faz com que, com o tempo, o organismo se recupere, mesmo que ocorra de maneira mais efetiva de 10 a 15 anos após a cessação do tabagismo. 

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A explicação fisiológica para a relação entre cigarro e doenças coronarianas está na composição da fumaça, que contém mais de 7 mil substâncias químicas tóxicas, sendo várias delas associadas ao desenvolvimento das doenças cardiovasculares e cancerígenas. “São vários os efeitos cardiovasculares que aumentam o risco cardiovascular relacionados ao fumo como o aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, do trabalho do coração associados à disfunção endotelial, estado de hipercoagulabilidade sanguínea, alterações do colesterol e inflamação crônica”, diz Alcirley de Almeida, cardiologista com proficiência em arritmia clínica e diretor da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC).

Isoladamente, o tabagismo é importante fator de risco para as doenças cardiovasculares, pois que aumenta em 2-3 vezes as chances de se ter um infarto, AVC, morte súbita e morte por doenças cardiovasculares quando comparado a não-tabagistas. “Quando associado a comorbidades como hipertensão, diabete, colesterol elevado, obesidade e história familiar, isso aumenta o risco de apresentar um evento cardiovascular como os citados”, diz ele.

Jovens em risco

Também em adultos jovens o hábito de fumar é causa importante de infarto, pois mesmo com a redução do tabagismo no país, que está em torno de 9% da população adulta, ele permanece elevado em adultos jovens (idade de 19 a 50 anos), contribuindo para uma maior taxa de infarto neste grupo. “E infartar e seguir fumando é um problema, visto que um estudo recente com adultos jovens mostrou que pacientes que continuaram fumando após passarem por um infarto tiveram um risco significativamente maior de morte precoce”, diz Alcirley de Almeida.

Parar e melhorar

Os efeitos benéficos da suspensão do fumo iniciam-se em minutos após parar e continuam por horas, dias e anos, sendo que após 10 a 15 anos o risco de doença coronariana e de câncer se aproxima ao de quem nunca fumou, diz o cardiologista. “O mais importante é enfatizar que o abandono do tabagismo é benéfico em qualquer faixa etária, pois reduz o risco de morte, melhora a qualidade de vida e a condição geral de saúde”, finaliza.

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