Câncer de fígado é silencioso e sintomas só aparecem quando quadro pode ser irreversível.
Câncer de fígado é silencioso e sintomas só aparecem quando quadro pode ser irreversível.| Foto: Bigstock

Muita gente ainda acredita que o câncer de fígado se deve, principalmente, a um desdobramento relacionado ao consumo abusivo de álcool e ao tabagismo.

Siga o Sempre Família no Instagram!

Entretanto, grande parte deste que é o tipo mais frequente de câncer no Brasil e o terceiro mais letal, é causado por hepatites virais, principalmente as hepatites B e C, quando considerado primário (em que o tumor tem início no próprio órgão).

Por serem doenças tratáveis e preveníveis, o hepatologista Paulo Bittencourt, presidente do Instituto Brasileiro do Fígado, afirma que se pode falar que grande parte da população brasileira negligencia a prevenção a este tipo de câncer. As informações são da Agência Brasil.

Metade dos casos de câncer

As hepatites virais são responsáveis por metade dos casos de câncer primário de fígado, o carcinoma hepatocelular, e são doenças que têm possibilidade de testagem gratuita na rede pública e tratamento também gratuito e inteiramente fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como explica Bittencourt.

Silenciosas

Um dos agravantes na hora do diagnóstico desses tipos de doença é que elas são inteiramente silenciosas. Tanto as hepatites virais como o câncer de fígado em seu estágio inicial não causam sintomas. “O câncer de fígado, quando ele se manifesta, do ponto de vista clínico, geralmente já está em fase muito avançada, onde o tratamento curativo não é mais possível”, diz o hepatologista.

Dois terços de pessoas com câncer primário de fígado no Brasil têm diagnóstico na fase terminal, com média de sobrevida de apenas três meses, segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). “Ou seja, as pessoas não fazem o teste que é recomendado para todo mundo acima de 40 anos, que é a hepatite C, principal causa de câncer primário de fígado, porque não têm sintomas, mas não sabem que a doença pode ser inteiramente silenciosa e, quando se manifesta, já pode estar associada a uma redução importante de sobrevida e de impossibilidade de tratamento curativo”.

O hepatologista afirma que quem não bebe e não fuma tem risco menor de cirrose e de câncer de fígado, mas que isso não muda o fato de que a principal causa ainda são as hepatites virais. O câncer de fígado, se diagnosticado em estágio precoce, pode ser tratado por cirurgia, por radiologia intervencionista e, se o indivíduo tiver cirrose, por transplante de fígado.

No caso de diagnóstico tardio, não há tratamento terapêutico, só cuidados paliativos. “Isso, infelizmente, está acontecendo com dois terços dos brasileiros que têm esse diagnóstico”, diz o médico.

Prevenção ao câncer

A prevenção do câncer de fígado inclui testagem para a hepatite C em maiores de 40 anos de idade, vacinação contra a hepatite B, bons hábitos de vida. Entre eles, o hepatologista cita evitar consumo abusivo de álcool e gordura no fígado, que está muito associada à obesidade e ao diabetes.

Deixe sua opinião