A probabilidade de ter algum problema que traz a dificuldade de o casal engravidar é semelhante para homens e para mulheres.
No caso das mulheres, as causas mais comuns de dificuldade para engravidar são ovário policístico e endometriose.| Foto: Bigstock

É cada vez mais comum ouvir das mulheres que o plano de ser mãe existe, mas só depois de terminar a faculdade, casar, ter um bom emprego, atingir estabilidade financeira e fazer várias viagens. Para os homens não tem sido diferente.

Claro que não é uma regra, mas é um fato que atualmente a gravidez ocorre, normalmente, bem mais tarde do que há algumas décadas. Isso faz com que muitos casais busquem auxílio médico para garantir que a gestação ainda seja possível.

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Bruna Driessen, ginecologista e obstetra, explica que se a mulher que tem até 35 anos, um ano tentando engravidar é um prazo bem razoável para começar a procurar ajuda. Com mais de 35 anos, esse prazo diminui para 6 meses. Passado esse período, em ambas as situações, o ideal é procurar um especialista.

Ela salienta, porém, que essa busca deve ser do casal. “A investigação sobre fertilidade deve ser feita em conjunto. Se a mulher comenta comigo no consultório que está tentando engravidar, convido o marido para a próxima consulta”, afirma.

É exatamente essa fase que Alessandra Hardt, 33 anos, e o marido estão vivendo. Depois de um ano de tentativas sem sucesso, marcaram uma consulta. A médica pediu que os dois façam alguns exames. “Eu achei melhor começar a investigar porque sei que as chances vão diminuindo com o tempo. Preferi não ficar esperando”, conta a empresária.

Chances iguais

A probabilidade de ter algum problema de fertilidade é semelhante tanto para homens quanto para mulheres. “É na conversa que a gente suspeita de algo”, ressalta Bruna, que completa: “Existe a história do marido que deve ser investigada: se ele teve uma doença, como a caxumba, se passou por uma cirurgia ou por um problema nos testículos na infância, se passou por um episódio de queda”. A investigação masculina começa com essa anamnese básica e um espermograma, um exame simples, segundo ela.

Idade é crucial para elas

A diferença mais relevante entre as chances do homem e da mulher é a idade. “A fertilidade feminina tem uma ação mais contundente do fator idade e tempo do que a do homem”, esclarece André de Paula Branco, ginecologista e obstetra da Paraná Clínicas. Isso ocorre porque principalmente a partir dos 35 anos, o número de óvulos da mulher diminui, reduzindo a capacidade reprodutiva. No homem, esse processo só vai ocorrer bem mais tarde.

No caso das mulheres, as causas mais comuns de dificuldade para engravidar são ovário policístico e endometriose. A investigação começa com uma avaliação hormonal, feita com um exame de sangue e exames de imagens para verificar os órgãos reprodutivos. “O primeiro passo é ter um bom diagnóstico porque o tratamento é bastante individual”, elucida André.

Saúde física

De acordo com Bruna, nada é determinante e estar bem de saúde é mais importante, principalmente para a futura gestante. Pensando nisso, Alessandra também já se antecipou. “Conversei com uma nutricionista, mudei a alimentação, perdi peso e intensifiquei a atividade física. Tudo pra ter certeza de que meu corpo estará preparado”, revela.

Saúde emocional

A saúde mental também é fundamental. André alerta que é muito comum o casal sofrer pressão da família e dos amigos quando demora a engravidar. Essa cobrança deixa todo o processo mais difícil e até demorado. Bruna concorda que é preciso desmistificar a culpa. Às vezes é uma combinação de fatores que dificulta a gravidez, mas ela reitera que a maior parte dos casos tem solução.

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