Dados divulgados pela farmacêutica ainda são preliminares; Vacina ganhou destaque no Brasil após interesse de compra pelo governo
Dados divulgados pela farmacêutica ainda são preliminares; Vacina ganhou destaque no Brasil após interesse de compra pelo governo| Foto: Bharat Biotech/Divulgação

Uma nova vacina pode chegar ao Brasil nos próximos meses. A Covaxin, imunizante produzido pelo laboratório indiano Bharat Biotech, chamou atenção do Ministério da Saúde, que divulgou nesta quinta-feira (25) o contrato de compra de 20 milhões de doses, por meio da importadora e distribuidora brasileira Precisa Medicamentos. A estimativa é que os imunizantes sejam entregues entre os meses de março a maio.

Apesar do acordo feito pela pasta, a Covaxin ainda não recebeu a aprovação — nem emergencial, nem o registro definitivo — da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com informações divulgadas pela agência regulatória, as desenvolvedoras ainda não apresentaram os resultados de fase I, II e III da Covaxin.

Até o momento, foi apenas solicitada a inspeção para a Certificação de Boas Práticas — etapa essencial para a liberação do uso emergencial ou definitivo. A inspeção, de acordo com dados da Anvisa, está marcada para o início de março, entre os dias 1 e 5.

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Falta o valor da eficácia

Outro dado importante e que ainda não foi divulgado é o valor de eficácia da Covaxin, ou a capacidade de a vacina proteger contra a Covid-19. Os testes clínicos de fase III, que avaliam essa eficácia, tiveram início em novembro, em 26 clínicas da Índia.

Em um comunicado divulgado no início de janeiro, a Bharat Biotech avisou que os testes clínicos com a vacina haviam recrutado 25.800 participantes. No entanto, dados preliminares do estudo não foram compartilhados até o momento, dia 26 de fevereiro, embora a empresa tenha divulgado no site que os resultados interinos estariam prontos até o fim de fevereiro.

Vírus inativado

A estratégia usada pela vacina Covaxin para prevenir a Covid-19 é clássica na produção de imunizantes. Trata-se do tipo de vírus inativado, ou "morto". Vacinas como a da gripe, raiva e hepatite A usam a mesma abordagem.

Das vacinas contra a Covid-19, a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan e pela empresa chinesa Sinovac, também recorre ao vírus inativado como estratégia.

Esse tipo de ação utiliza o novo coronavírus inteiro, mas em uma versão incapaz de causar a doença. Para isso, os pesquisadores produzem quantidades significativas do vírus em laboratórios de alta segurança e, na sequência, os "matam", ou inativam, por meio de processos físico-químicos, seja pelo calor ou por substâncias químicas.

Ao receber esse vírus inativado, o sistema imunológico "aprende" não apenas a reconhecê-lo, mas a combatê-lo. O regime de aplicação da Covaxin, também conhecido por BBV152, é de duas doses com um intervalo de 14 dias entre elas.

O armazenamento exige temperaturas que variam de 2 graus Celsius a 8 graus Celsius.

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