As mulheres consultam o ginecologista desde jovens, um hábito que os homens não têm em relação a urologia – mas que deveriam ter.
As mulheres consultam o ginecologista desde jovens, um hábito que os homens não têm em relação a urologia – mas que deveriam ter.| Foto: Bigstock

É comum pensar que as mulheres se preocupam mais com a saúde do que os homens, mas um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) confirmou essa percepção: somente em 2022 foram registrados mais de 1,2 milhão de atendimentos femininos por médicos ginecologistas no Sistema Único de Saúde (SUS), contra apenas 200 mil atendimentos de homens por urologistas – um número seis vezes menor. As informações são da Agência Einstein.

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A diferença se deve ao fato de que é comum que as mulheres comecem as consultas de rotina com o ginecologista ainda na puberdade, um hábito que os homens não têm – mas que deveriam ter –. Para incentivar entre adolescentes e jovens a busca de atendimento urológico, a SBU desenvolve desde 2018 uma campanha com o tema “Vem para o Uro”.

“A mãe tem o costume de levar a menina para uma consulta com o ginecologista assim que ela tem a primeira menstruação. A partir daí, ela cria esse hábito de passar por um check-up desde a juventude. Por que não fazer isso também com os meninos? O homem geralmente só procura um urologista quando tem algo de errado acontecendo ou quando passou dos 50 anos e precisa cuidar da próstata”, diz Leonardo Borges, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Prevenção desde cedo

Se é verdade que as mulheres também precisam da urologia em alguns casos, são pelo menos quatro os momentos em que o homem deveria passar por uma consulta de rotina com esse especialista: quando bebê, para avaliar possíveis infecções, um testículo não descido, ou fimose; na adolescência, para tirar dúvidas sobre questões sexuais e doenças infectocontagiosas; quando jovem adulto, para tratar questões de fertilidade, cálculos renais, disfunção erétil e problemas de ansiedade; e a partir dos 45 anos, para cuidar da saúde como um todo.

“Ainda existe um tabu muito grande em não procurarem o urologista porque a consulta é associada sempre ao exame da próstata. A gente precisa desvincular isso. O urologista deve ser o médico de referência do homem, não só para questões de próstata, cálculos urinários ou questões sexuais. Ele deve ser o médico de confiança para a saúde como um todo”, afirma Borges.

A visita ao urologista é especialmente importante para a prevenção dos tumores de próstata e de bexiga, que é o segundo tumor mais frequente na urologia e que acomete três vezes mais os homens do que as mulheres. Outros problemas que podem atingir os homens são o câncer de testículo, o câncer de pênis, a hiperplasia prostática benigna – um aumento da próstata que acomete cerca de 50% dos homens acima de 50 anos – e a disfunção erétil, que no Brasil acomete cerca de 50% da população masculina maior de 40 anos.

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