Em todos os casos de varizes, o paciente deve fazer exames para diagnóstico preciso e ouvir mais de uma opinião antes de procedimentos.
Em todos os casos de varizes, o paciente deve fazer exames para diagnóstico preciso e ouvir mais de uma opinião antes de procedimentos.| Foto: Bigstock

Quem sofre com veias doentes – tradicionalmente chamadas de varizes – sabe que as dificuldades vão além do desconforto ao se olhar no espelho. “A gente sente um cansaço muito grande na perna porque é como se ela ficasse mais pesada”, descreve a confeiteira Erica Rocha, de 38 anos. “E o caso tende a piorar se não for tratado logo”, completa o médico angiologista José Fernando Macedo.

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Segundo ele, veias dilatadas que não recebem tratamento podem gerar inflamações, coágulos, se transformar em feridas e até causar embolia pulmonar. “Ou seja, em um quadro mais grave, pode obstruir uma artéria do pulmão e colocar a vida do paciente em risco”, alerta o especialista do Instituto de Angiologia e Cirurgia Vascular de Curitiba (IACVC).

Por isso, a orientação para todos os casos de varizes é a mesma: “consultar um cirurgião vascular para descobrir qual é o tratamento mais adequado à sua situação”, afirma o angiologista, ao adiantar que o paciente deve fazer exames para obter o diagnóstico preciso e ouvir mais de uma opinião antes de realizar qualquer procedimento. “Principalmente nos casos com indicativo de cirurgia tradicional, que remove a veia safena”.

Remoção da safena

Segundo o especialista, esse é o método que apresenta resultado mais eficiente em longo prazo e é indicado para tratar varizes profundas de qualquer paciente com até 60 anos. “É o tratamento que chamamos de padrão-ouro e que evita o retorno das varizes em quem tem fatores hereditários associados, por exemplo”. No entanto, exige repouso absoluto por duas semanas, além de deixar hematomas e sensação de perna inchada por cerca de 30 dias.

“Fiz esse procedimento em 2001 e, além de ser dolorido, a recuperação demorou mais de um mês com várias restrições”, conta a massoterapeuta Leoni Teresinha Fregonese. Então, “quando comecei a sentir dores e cansaço na outra perna ano passado, optei por um tratamento diferente para não parar de trabalhar”.

Dessa vez, ela recebeu injeções de espuma diretamente nas veias dilatadas, uma técnica chamada de escleroterapia. “O processo é mais demorado porque é feito aos poucos, mas consigo manter minhas atividades normais após as sessões usando meia de compressão”, relata a paranaense, que completou um ano e meio desde o início das sessões e está gostando do resultado. “É menos agressivo e continuo minha rotina”.

Além desses benefícios, o médico José Fernando explica que essa opção traz segurança para pacientes idosos, com hipertensão venosa ou que já tiveram úlcera de pernas. “Mas é necessário usar meia elástica por 48 horas após a injeção e fazer revisões semanais até que a veia seja totalmente fechada”, informa, ao citar ainda a opção de radiofrequência e laser para quem deseja combater as varizes de forma menos invasiva.

Nesse procedimento, o especialista insere um cateter no interior da veia doente e utiliza calor para fechá-lo. “É um processo que faz com que o sangue seja redirecionado para veias saudáveis”, explica o angiologista. “Mas para definir o melhor método, é necessário avaliar cada situação individualmente, evitando complicações futuras”.

Prevenção de varizes

Além disso, ele garante que o ideal é prevenir o surgimento das varizes por meio de uma alimentação adequada e da prática regular de atividades físicas que fortaleçam a musculatura da perna. “Afinal, a panturrilha é conhecida como nosso ‘coração periférico’ por empurrar o sangue de volta para o coração, e precisa estar forte para isso”, pontua, ao indicar exercícios como ciclismo e caminhada para reduzir a flacidez nessa região e aumentar a potência do retorno venoso.

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