A comprovação é do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), realizado com 15 mil voluntários, desde 2008, no Brasil.
Para surtir efeito, a atividade precisa ser praticada por no mínimo 150 minutos semanais com intensidade moderada.| Foto: Bigstock

O resultado de um estudo iniciado no Brasil em 2008, com 15 mil voluntários, comprova que a atividade física com intensidade moderada ajuda a prevenir dores de cabeça, principalmente a enxaqueca. O Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) investiga fatores de risco para doenças crônicas, com foco em questões cardiovasculares associadas a hábitos de vida, incluindo atividade física e nutrição. As informações são da Agência Einstein.

Siga o Sempre Família no Instagram!

Alessandra Goulart, clínica-geral e epidemiologista do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, uma das pesquisadoras principais do Centro de Investigação ELSA (CI-SP) e uma das autoras do ELSA, explica que o estudo avalia o impacto da atividade física – tanto a realizada no lazer quanto aquela feita nos deslocamentos para o trabalho –, além do tempo que a pessoa passa sentada, na cefaleia.

“O que observamos é que a atividade física moderada é sim capaz de prevenir crises de dor de cabeça e também de reduzir a intensidade delas quando surgem”, conta Alessandra. Outro dado obtido é em relação aos sedentários: eles sofrem mais com dores do tipo tensional e enxaqueca. Os pesquisadores utilizaram questionários da Organização Mundial da Saúde e aplicaram em voluntários de seis instituições de ensino superior e pesquisa, de seis estados do Sul, Sudeste e Norte do Brasil.

Tempo mínimo

Mas, para surtir efeito, a atividade precisa ser praticada por no mínimo 150 minutos semanais com intensidade moderada, ou 75 minutos se for mais vigorosa. Isso significa uma caminhada em velocidade moderada, por exemplo.

“Recomendamos sempre a atividade aeróbica”, diz Lívia Dutra, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein. “Aqueles que têm mais dificuldades podem começar com algo mais brando, como ioga ou pilates", sugere a especialista, reforçando que a atividade física é um dos pilares do tratamento das doenças crônicas, e que ajuda a diminuir a percepção de dores como a cefaleia. Mas lembre-se: uma vez que a crise foi deflagrada, melhor ficar bem quietinho. Nesse momento, o exercício só vai piorar a dor.

“Já havia evidências que os exercícios poderiam prevenir a cefaleia, mas agora temos dados para prescrevê-los dentro do tratamento como parte de um pacote de hábitos saudáveis”, finaliza Alessandra.

Deixe sua opinião