Confira algumas dicas que podem melhorar as noites de sono dos bebês e trazer um pouquinho de descanso à família.
Essas situações podem preocupar os pais devido à semelhança com casos de sonambulismo.| Foto: Paul Hanaoka/Unsplash

A curitibana Sirleia Gramelich estava dormindo no mesmo quarto da neta de 9 meses, quando acordou assustada com a menina batendo na lateral interna do berço. “Ela virou de bruços, ergueu o bumbum e tentou engatinhar”, relata a empresária de 53 anos, que acalmou a pequena, colocou travesseiros ao redor dela para protegê-la e ficou observando o que aconteceria. “Uma hora depois, mais ou menos, a neném se mexeu de novo dormindo, chorou um pouco e até ficou em pé. Me assustei”.

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De acordo com a médica especialista em sono infantil Aneliese Schwoelk Mair, situações como essa podem preocupar os pais devido à semelhança com casos de sonambulismo, mas se tratam apenas de movimentos associados ao despertar noturno, que afetam cerca de 90% dos bebês em diferentes fases do desenvolvimento.

“No recém-nascido, por exemplo, os pais vão notar movimentos de sucção ou pequenos sorrisos, enquanto um bebê de 3 meses tentará mexer o pescoço”, explica a médica. “Já bebês maiores podem engatinhar, sentar e, eventualmente, ficar em pé durante suas noites de sono, o que é normal e acontece por diferentes motivos”.

O principal deles, segundo ela, é a falta de maturidade neurológica para adormecer sem ajuda e para manter esse sono por longas horas. “Então, a criança pode trocar o dia pela noite ou despertar diversas vezes na madrugada”, afirma. Além disso, vivenciar um dia muito agitado ou sair da rotina também dificulta o descanso do bebê. “Sem contar os problemas de saúde que podem aparecer e incomodar essa criança”, alerta a médica, ao citar doenças como refluxo, infecção de ouvido e problemas respiratórios.

Por isso, Aneliese orienta os pais a terem paciência e a prestarem atenção às necessidades do seu bebê para perceberem quando algo for incomum. Além disso, ela apresenta algumas dicas que podem melhorar as noites de sono dos pequenos e trazer um pouquinho de descanso à família. Veja quais são:

  1. Evite que o bebê durma mamando

    Pegar no sono enquanto mama faz com que a criança associe a amamentação com o fato de adormecer. Então, mesmo que ela não esteja com fome, solicitará o seio ou a mamadeira para voltar a dormir. “E essa associação acontece com qualquer atividade realizada para pegar no sono, como ser colocada no carrinho ou ficar no colo”, pontua a especialista, afirmando que a criança solicitará a repetição dessa atividade para dormir novamente.
  2. Tente outras alternativas

    Pode existir a necessidade real de mamar durante a madrugada? Com certeza! No entanto, antes de amamentar o bebê, é possível tentar outras ações como dar atenção sem retirar a criança do berço, cobri-la sem acender a luz ou fazer carinho nas costas dela, sem grandes movimentos. “Lembrando que esse é um trabalho em conjunto de pai e mãe”.
  3. Tenha uma rotina com o bebê

    Criar uma rotina com o bebê também ajuda em suas noites de sono. Para isso, leve a criança pela manhã em um ambiente com bastante luz - de preferência natural -, sinalize que é hora do café da manhã e realize atividades com mais movimento e agitação até o início da tarde. Depois, por volta das 17 ou 18 horas, diminua a intensidade das brincadeiras de forma progressiva até que chegue a hora de descansar.
  4. Diferencie dia e noite

    Outro ponto importante é mostrar para o bebê as diferenças entre o dia e a noite. Para isso, mantenha as atividades normais da casa pela manhã e à tarde, mesmo nas horas de soneca. “Afinal, não é porque o bebe esta dormindo que a residência precisa estar em silêncio ou que o quarto deva ficar escuro”, pontua Aneliese, ao sugerir exatamente o contrário. “De dia, o bebê tem que ficar em local com mais claridade e, à medida que chega a noite, em locais com menos luminosidade”.
  5. Use objetos de transição

    Por fim, em vez de fazer com que o bebê adormeça no colo ou mamando, tente usar objetos que ele goste e que tenham o cheiro da mãe. “Pode ser uma coberta, um travesseiro ou um bichinho”, orienta a especialista, ao explicar que isso pode acalmar a criança por ter algo conhecido como um cheiro. “Claro que nem todos os bebês aceitarão essa estratégia, mas vale a pena tentar”, finaliza.
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