Por sua capacidade estimulante, a cafeína pode ajudar naqueles dias em que a preguiça e a falta de vontade parecem nos arrastar de volta para a cama. Uma boa xícara de café de manhã pode ajudar o corpo a “acordar” e se preparar melhor para as atividades do dia.
Cientistas japoneses chegaram a dizer que bastaria o cheiro do café para se experimentar um efeito de “despertar” o cérebro de quem não dormiu bem ou está sonolento. O experimento foi feito com ratos que ficaram 24 horas sem dormir e depois foram submetidos ao aroma do café.
A ideia dos pesquisadores é verificar se algo similar acontece com os humanos. Se for comprovado que o cheiro de café possui efeitos revitalizantes, o “perfume” poderia, por exemplo, ser borrifado em fábricas para ajudar os trabalhadores cansados a manterem a atenção no trabalho.
Os efeitos da bebida também ajudariam na prevenção de casos de depressão. Um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard (EUA) mostrou que mulheres que ingerem café diariamente (em média, 4 xícaras ao longo do dia), tinham 20% menos chance de apresentar depressão quando comparadas com as que não bebiam.
Mal de Parkinson
Uma pesquisa da Universidade McGill (Canadá) publicado na revista Neurology mostrou que o consumo de cafeína pode ajudar a amenizar os sintomas decorrentes do mal de Parkinson. O estudo avaliou 61 pessoas com a doença. Eles foram divididos em dois grupos: um recebeu pílulas de cafeína por seis meses e o outro apenas placebo.
Ao final do estudo, os pacientes que haviam recebido a cafeína (equivalente a 4 xícaras de café por dia) tiveram uma pequena melhora geral, com menor rigidez muscular e menos tremores que os pacientes que não ingeriram a cafeína.
Isso acontece, segundo explicação dos pesquisadores, porque muitos problemas motores associados ao mal de Parkinson estariam ligados à falta de dopamina no cérebro. A cafeína ajudaria a bloquear os agentes inibidores da produção de dopamina, o que ocasionaria melhora dos sintomas.
Um dos responsáveis pelo estudo, o professor de Neurologia Ronald Postuma disse ser necessário outros estudos para esclarecer os benefícios da cafeína para os pacientes com Parkinson, mas que a substância “pode ser útil como suplemento à medicação e pode assim ajudar a diminuir as doses [de medicamentos] dadas aos pacientes”.
Memória
A cafeína, substância encontrada em chás, refrigerante e, claro, no café, é reconhecida há tempo por sua capacidade estimulante. Agora, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA) descobriram que a substância também tem efeito na memória. Para chegar ao resultado, os pesquisadores selecionaram pessoas que não consumiam cafeína regularmente e as dividiram em dois grupos.
Um dos grupos recebeu uma pílula de placebo e o outro uma com 200 miligramas de cafeína (o que seria equivalente, em média, a duas xícaras pequenas de café). No dia seguinte, a capacidade de reconhecimento de imagens de todos os participantes foi avaliada.
Quem havia consumido a cafeína teve melhor desempenho do que os que haviam ingerido apenas o placebo, conseguindo identificar com mais precisão a diferença entre dois objetos parecidos, mas não idênticos. “O uso desses recursos requer que o cérebro faça uma discriminação mais elaborada, que parece ser o processo influenciado pela cafeína”, avalia o professor Michael A. Yassa, que integrou a equipe de pesquisadores responsável pelo estudo.
Mas o pesquisador alerta que o excesso de cafeína pode ter efeito contrário. Por ser estimulante, a cafeína pode prejudicar o sono, fundamental para a saúde das funções cerebrais, incluindo a memória.
Outros benefícios
Coração: estudo da Universidade de Harvard conduzido pela pesquisadora Elizabeth Mostofsky com mais de 140 mil pessoas mostrou que o consumo de até 4 doses diárias de café diminuíam em 11% os riscos de insuficiência cardíaca. Mas o consumo em excesso tem efeito contrário e pode prejudicar a saúde cardíaca.
Pele: outro estudo da Universidade de Harvard sugere que o consumo moderado de café ajuda na prevenção de câncer da pele. A explicação estaria na presença de antioxidantes, como os ácidos clorogênicos, que ajudariam na prevenção da doença.
Diabetes: a presença de ácidos clorogênicos no café também ajudaria a bebida a atuar na prevenção da diabetes tipo 2. Os antioxidantes do café ajudariam o organismo a metabolizar melhor a glicose e diminuir o risco do surgimento da doença.
Efeitos nocivos
Todos os benefícios acima foram constatados em quem consumiu cafeína ou café em doses moderadas. Em excesso, a bebida pode causar mais mal do que bem. Em grávidas, por exemplo, o consumo exagerado da bebida (mais de 8 xícaras por dia) foi associado a uma maior incidência de casos de bebês natimortos. Pesquisadores dinamarqueses concluíram que, quando comparadas às mulheres que não bebiam café, as que consumiam a bebida em excesso tinham até 300% mais chances de ver seus bebês nascerem sem vida.
Outros efeitos nocivos do consumo em excesso incluem transtornos mentais temporários, síndrome de abstinência, insônia e diminuição da fertilidade. Ou seja, para obter os benefícios de uma das bebidas mais populares do mundo, o ideal é ingeri-la com moderação.
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