A Bayer espera produzir 160 milhões de doses da vacina da CureVac nos primeiros 12 meses e, no segundo ano, mais que esse valor
A queda da efetividade da vacina é de cerca de três vezes no quarto mês ao comparar ao período de proteção máxima.| Foto: Divulgação/CureVac

Assim como já ocorre com outros imunizantes contra a Covid-19, também é necessária uma dose de reforço da vacina AstraZeneca após o esquema vacinal completo.

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É o que indica um novo estudo envolvendo Brasil e Escócia, e publicado na revista científica The Lancet na última (20). A pesquisa, da qual a Fiocruz faz parte, mostra a diminuição da proteção vacinal com o passar do tempo e diante do surgimento de novas variantes. As informações são da Agência Fiocruz.

A avaliação, efetuada em um momento de circulação intensa de variantes de preocupação e do surgimento da Ômicron, reforça a importância da vigilância da dinâmica da pandemia.

O acompanhamento, que está sendo feito pelo mesmo grupo, reforça também os grandes benefícios observados na vacinação no Brasil, onde o imunizante Astrazeneca/Fiocruz foi o mais utilizado até o momento com evidência de uma alta efetividade - como publicado recentemente no boletim Vigivac

“As vacinas são muito protetoras, mas em geral a proteção diminui com o tempo, e isso não ocorre somente com os imunizantes contra a Covid-19. No caso da Influenza, a imunização dura um ano ou menos. Descobrir qual é a duração da proteção ajuda a planejar melhor”, explica Manoel Barral Netto, pesquisador da Fiocruz Bahia e que participa da pesquisa.

Quarto mês com grande queda

O estudo aponta uma queda da efetividade da vacina de cerca de três vezes por volta do quarto mês quando comparado ao período de proteção máxima. Os dados de Brasil e Escócia puderam ser comparados porque os dois adotam o mesmo intervalo entre as doses, 12 semanas. As conclusões foram semelhantes.  

Segundo dados do estudo, na Escócia, a eficácia da vacina diminuiu de 83,7%, em 2-3 semanas, para 75,9% em 14-15 semanas, e 63,7% em 18–19 semanas após a segunda dose.

“As descobertas têm implicações importantes para a política de vacinação. Em combinação com os dados imunológicos e de ensaios emergentes sugerindo que a efetividade da vacina diminui com o tempo após a segunda dose, nossas descobertas destacam a necessidade de considerar o fornecimento de doses de reforço. Outras evidências em apoio às doses de reforço vêm de dados do mundo real em Israel, que descobriu que o reforço de BNT162b2 (Pfizer) [após duas doses da mesma vacina] foi associado à redução da forma grave da Covid-19", diz o estudo. 

“Vemos que algumas pessoas não têm procurado a dose de reforço aqui no Brasil. É preciso insistir nisso, ainda mais num momento em que surge a Ômicron. As pesquisas sobre a Ômicron ainda estão no início, mas sabemos que uma dose de reforço tem sido capaz de proteger contra as variantes que têm surgido”, destaca Barral.

Como contra a Delta após duas doses

O laboratório farmacêutico AstraZeneca afirmou, nesta quinta-feira (23), que uma terceira dose de sua vacina contra a Covid-19 aumenta "significativamente" o nível de anticorpos contra a variante Ômicron, de acordo com um estudo clínico.

O nível de anticorpos que neutralizam a Ômicron depois da terceira injeção são semelhantes aos níveis alcançados contra a variante Delta após duas doses do imunizante, diz o laboratório em um comunicado.

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