Foto: Centro da Família Coração de Jesus| Foto:

A Igreja Católica do Brasil se despediu na terça-feira (28/11) de uma das vozes mais fortes e constantes na defesa da vida, da família e na promoção das virtudes humanas. Dom Rafael Llano Cifuentes, 84 anos, era bispo emérito de Nova Friburgo (RJ), mas assumiu várias outras responsabilidades ao longo do tempo e tornou-se conhecido em todo o Brasil por sua extensa obra, distribuída entre dezenas de livros dedicados à formação do caráter e à vivência do matrimônio e da família.

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Legado

“Ele era uma pessoa impressionante. Sua bondade era quase palpável e a sua serenidade era quase esmagadora”, conta Henrique Elfes, editor da Quadrante – editora responsável por publicar a maioria das obras de dom Rafael. “Ele escrevia com muita vivacidade, como se o texto jorrasse. A sua mensagem chegava no íntimo do leitor, com a sua capacidade de captar e suscitar toda a gama das emoções humanas, sem cair na pieguice”.

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Essas características fizeram com que os livros de dom Rafael estivessem sempre entre os mais populares da editora, vendendo dezenas de milhares de exemplares. “O primeiro livro voltado para casais foi As crises conjugais. Ele o escreveu baseado inteiramente em sua experiência em atender pessoas que passavam por dificuldades em seu casamento”, conta Elfes. “Na editora, recebemos não poucas cartas de pessoas que agradeciam pelo livro, contando como tinham sido ajudadas por ele”.

Outro destaque é 270 perguntas sobre sexo e amor. “Nesse livro, dom Rafael ofereceu uma visão renovadora sobre o amor e a sexualidade – mas que é a visão cristã básica, tão esquecida hoje em dia”, explica o editor. “Uma visão do amor que se reduza à mera sexualidade não é capaz de sustentar uma vida a dois”.

“E, de fato, se conversamos com casais de namorados hoje, quase nunca se vê que eles olhem com alegria, esperança e desejo para a construção dessa vida a dois. Acaba-se entendendo o casamento como um mal necessário”, diz Elfes. “Esse livro oferece a possibilidade de recuperar o sonho e a alegria do amor, da vida a dois”. Foi essa a esperança que dom Rafael devolveu a milhares de casais em seu trabalho como pastor firme na defesa da vida e da família.

Sacerdote e bispo

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Dom Rafael dedicou boa parte de seu ministério presbiteral e episcopal ao acompanhamento de jovens e de casais, fazendo a diferença na vida de centenas de pessoas. “Dom Rafael foi um apaixonado pela família, alguém que viveu sempre com muita sabedoria, simplicidade, alegria, generosidade, próximo dos casais, dos jovens e das famílias, que consumiu a sua vida em defesa da promoção da vida matrimonial”, escreveu o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, por ocasião da morte do prelado.

Nascido na Cidade do México, em 1933, dom Rafael entrou para o Opus Dei enquanto estudava Direito na Universidade de Salamanca, na Espanha, tendo sido, inclusive, próximo do fundador da instituição, São Josemaria Escrivá, de quem foi secretário. Tornou-se doutor em Direito em 1956 e, três anos depois, foi ordenado padre. Em 1961 foi transferido para o Brasil e ajudou a dar início às atividades do Opus Dei no Rio de Janeiro, em 1975.

Em 1990, o papa João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar da capital fluminense. De 2003 a 2007 assumiu o cargo de presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nesse período, em 2004, tornou-se bispo da Diocese de Nova Friburgo, cargo que desempenhou até 2010, quando renunciou por limite de idade, como pede o Código de Direito Canônico. Entre 2007 e 2011, foi presidente do Regional Leste 1 da CNBB.

Confira os livros de dom Rafael disponíveis no site da Quadrante.

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