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Tanto para filhos quanto para pais o momento da adolescência é complicado, mas nem tudo deve ser visto algo ruim ou grave.| Foto: Bigstock

A adolescência é uma etapa complicada tanto para aquele que está passando por essa fase cheia de questões e dúvidas envolvidas, quanto para a família, que em muitos casos não sabe lidar com tantas mudanças.

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Medo do futuro, independência, hormônios e diversos questionamentos são comuns na vida de quem começa a sair daquele universo infantil, mas os pais podem colaborar para que este seja um período um pouco mais tranquilo.

É uma fase difícil para o adolescente e também de sofrimento para os pais, como explica Wallisten Garcia, psicólogo, especialista em terapia familiar e professor da Estácio Curitiba. “Os pais passam por um 'luto' porque o filho começa a ganhar autonomia e as idealizações entram em xeque”, esclarece. Segundo ele, criar expectativas quando os filhos nascem é normal, assim como entender que elas podem se transformar em 'frustrações' com o passar do tempo.

Uma mudança importante é a necessidade maior de autonomia. Só que não é muito fácil porque o adolescente ainda depende dos pais. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com situações novas, ainda não tem experiência para isso.

Rose Costa, dentista, sabe como é delicada a questão. O Gabriel, filho dela de 16 anos, quis mudar de escola para acompanhar um amigo. Ela permitiu, desde que ele arrumasse uma carona. Depois de poucos meses, o amigo do Gabriel saiu dessa outra escola e ele ficou sem o amigo e sem a carona. “Foi difícil, mas mantive o Gabriel no colégio, que era longe, porque ele precisava aprender com aquela situação e lidar com o problema”, conta ela.

Deixar que eles façam escolhas é importante, defende Wallisten. “Eles precisam correr alguns riscos e os pais não podem proteger de tudo”, destaca. Ele ressalta, porém, que quando o filho faz uma escolha equivocada, os pais precisam apoiar e não ficar reforçando que aquilo foi um erro. O psicólogo também enfatiza que é preciso enxergar os aspectos positivos da adolescência e não cair no discurso de que tudo é um problema. “É melhor encarar mais como autodeterminação e menos como rebeldia”, ensina.

O médico Guilherme Martins já percebeu que os amigos da filha Isadora, de 14 anos, com o tempo ganharam uma importância enorme na vida dela. No último aniversário em que puderam se reunir, na casa da família, ela fez questão de ter um espaço só para eles, sem a presença dos familiares naquele ambiente. “Eu passava lá dar uma olhada e toda vez que saía ela me pedia pra fechar a porta. Não queria adultos por perto. Me preocupo, mas precisava dar um voto de confiança”, revela o pai.

O diálogo é essencial para manter uma relação de cumplicidade, mas demonstrar por atitudes também faz muita diferença, de acordo com Wallisten. “Não precisa aceitar tudo que o filho fala ou faz, mas tem que tentar entender o ponto de vista dele também”, reforça. Nessa fase as relações sociais realmente se tornam essenciais para o adolescente e estar perto dos amigos dele é uma forma de se aproximar.

O psicólogo lembra que além de todo esse aspecto comportamental, a autoimagem é outro assunto delicado, mas que desde criança os pais podem tentar amenizar um problema futuro incentivando a estimulando a autoestima, sem cobranças excessivas.

Dúvidas e questionamentos de ambos os lados sempre vão existir, não importa nem quantos filhos ou irmãos a pessoa tenha, nem se os pais são mais ou menos rígidos. A orientação mais valiosa, para Wallisten é que todos precisam se fazer presentes e saber ouvir uns aos outros.

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