Gritar nem sempre é só um desabafo dos pais, mas esse comportamento pode vir carregado de uma dose de agressão psicológica| Foto: Abhi Bakshi/Unsplash
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Se gritar com as crianças virou rotina aí na sua casa ou se você conhece alguém que age assim, preste muita atenção neste texto. Isso porque, gritar com as crianças pode ter um impacto similar ao de uma agressão física, como mostra um estudo publicado em 2014 pela revista científica Child Development.

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Ao longo de dois anos, os pesquisadores descobriram que erguer a voz na hora da bronca aumenta os problemas de comportamento e os sintomas depressivos nos filhos. O estudo também apontou que crianças e adolescentes submetidos à severa disciplina verbal são mais propensos a apresentar comportamento agressivo e violento.

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Um levantamento feito pelo Journal of Marriage and Family, em 2003, revelou que 90% dos pais tinham gritado com seus filhos no ano anterior. Das famílias com filhos maiores de 7 anos, quase 100% dos participantes reconheceram gritar com as crianças.

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Nas famílias onde gritar com os filhos é um hábito, o estudo da Marriage and Family mostrou que as crianças e adolescentes sofriam um grande impacto em sua autoestima e não era difícil encontrar casos de depressão. É que os gritos não eram somente um desabafo dos pais diante de uma indisciplina. Muitas vezes esse comportamento vem carregado de uma dose de agressão psicológica com insultos e humilhação.

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Veja, agora, 7 bons motivos que vão te fazer pensar duas vezes antes de erguer a voz aos seus filhos:

  1. Não funciona

    Se gritar com os filhos funcionasse, os pais não fariam tanto. Mas, geralmente, eles descobrem que usam mais essa tática do que imaginam. Outras posturas, como tirar privilégios, por exemplo, podem ser muito mais eficazes no gerenciamento do mau comportamento da criança.
  2. Mostra falta de respeito

    Na cabeça de uma criança, quem perde o controle perde, também, o respeito. E, para elas, é difícil acreditar ou confiar em alguém que as xinga ou que grita com elas. Às vezes, as crianças pensam: “Se você não consegue se controlar, como vai me controlar?”. Como resultado, é menos provável que eles queiram agradá-lo e que valorizem sua opinião.
  3. Não envolve ensinar

    Além de mostrar descontrole, gritar com uma criança não mostra à ela o que fazer. Vale lembrar que para desenvolver habilidades, elas precisam de ajuda para controlar suas emoções e seu comportamento - até para não repetirem os mesmos erros.
  4. Dá mau exemplo

    Dos 3 aos 6 ou 7 anos, a criança aprende pela imitação. É quando os especialistas costuma dizer que "mais vale o que você faz do que o que você fala". E, quando você grita, está passando um modelo (equivocado) de como lidar com a raiva e o conflito. Ou seja, vai incentivar o seu filho a agir assim quando ele estiver lidando com seus colegas e irmãos.
  5. Piora os problemas

    Gritar gera um ciclo de ofensas e desrespeito. E isso em qualquer tipo de relacionamento. Quanto mais os pais gritam, pior se comportam as crianças – o que gera mais gritos. Por isso, para romper essa cadeia, é importante se comprometer com o uso de práticas disciplinares alternativas, que não envolvam erguer a voz.
  6. Aumenta a frustração

    Se o mau comportamento do seu filho já gera frustração, gritar com ele e não ser ouvido só aumenta o seu nível de excitação emocional. Além de transformar, rapidamente, uma leve irritação em raiva absoluta, elevar a voz também aumenta a probabilidade de que você faça comentários insultuosos ou use críticas excessivamente duras.
  7. As crianças ficam insensíveis ao grito

    A primeira vez que você grita com uma criança, pode até ser que consiga prender a atenção dela. Mas, quanto mais você gritar, menos eficaz será. Crianças que convivem com os gritos, passam a se acostumar com eles.
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