Todo pai e mãe desejam o melhor para seus filhos, porém podem acontecer imprevistos no caminho como o divórcio.
Desconfiando de dificuldades no relacionamento do filho, é importante que os pais estejam por perto para acolhê-lo emocionalmente.| Foto: Bigstock

Pais e mães desejam o melhor para seus filhos, seja sucesso na vida profissional, uma boa saúde para alcançar a longevidade, empatia para manter relações pessoais e poder acompanhar o surgimento de uma nova família. Porém, podem acontecer imprevistos no caminho que conduzem os filhos por resultados diversos ao desejado, como o divórcio.

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Pais, em sua grande maioria, percebem quando os filhos não estão bem. Os mais atentos podem até imaginar o que acontece de fato e quando percebem que há algo disfuncional da relação conjugal de um de seus filhos, podem e devem aconselhá-los, alerta Thaís Simião Sava, psicóloga e pedagoga, pós-graduada em sistêmica educacional, inclusão social, religião e gestão educacional.

Ensinar sobre o diálogo ainda na infância

A grande maioria dos divórcios ocorre justamente porque os casais não conversam, guardam sentimentos, e assim começa um distanciamento entre si e entre seus familiares e amigos. Portanto, desconfiando de dificuldades no relacionamento do filho, é importante que os pais estejam por perto para acolhê-lo emocionalmente, independentemente das escolhas que fez, se erradas ou se certas, orienta Thaís.

“O diálogo familiar deveria ser estimulado desde a primeira infância, pois ajuda que muitos problemas sejam evitados quando criança, e depois a repetir essa prática em seus relacionamentos quando adultos”, destaca a psicóloga.

Possuindo o hábito do diálogo familiar, antes da concretização do divórcio, os filhos buscam seus pais para aconselharem-se. Afinal, é normal ao longo dos anos o questionamento sobre permanecer na vida que se leva ou mudar radicalmente. Então, cabe aos pais retomar os conselhos de vida que deram aos filhos na juventude, mostrando com base nas suas experiências pessoais o que acreditam ser importante, mas sempre respeitando a decisão a ser tomada pelo filho, ainda que não concordem.

Frases como “eu bem que avisei” obviamente devem ser evitadas, pois ainda que a grande maioria dos pais queira fazer parte da escolha de seus filhos, só cabe ao casal saber o que é certo naquele momento. Quando ocorre uma separação, a psicóloga orienta que os pais respeitem a decisão. “Os pais precisam entender, dialogar e acolher o filho divorciado”, complementa Thaís.

Muitas pessoas enxergam o divórcio como um fracasso pessoal e podem precisar de auxílio com isso, portanto é essencial que os pais evitem o julgamento. “Julgar não é compreender. Quando você julga, não está apoiando e sim olhando para si. Os pais precisam ter a sensibilidade de compreender que independentemente de como criaram seus filhos eles podem errar. O que cabe a eles é mostrar o erro aos filhos e torcerem pelo aprendizado”, explica a psicóloga.

E após o divórcio?

Após o divórcio, permanecem muitas vezes obrigações com o ex-cônjuge ou com os filhos, sendo importante que os pais daquele que se divorciou se lembrem que cada pessoa é responsável por seus atos. “Cabe aos pais ensinar valores como respeito ao próximo, honestidade, lealdade e empatia para seus filhos desde a infância, e esperar que as assumam quando adultos, cabendo apenas conversar sobre o assunto com os filhos, mas não assumirem o encargo que não lhes cabe”, destaca Thaís.

Além disso, pode acontecer de que os pais desejem manter uma relação de amizade com o ex-cônjuge do filho, o que é saudável, afinal as relações entre pessoas não precisam acabar por não permanecerem mais em um núcleo familiar. “A relação dos pais com os ex-cônjuges, principalmente no caso de terem netos envolvidos, é fundamental para que essas crianças não sintam mais uma perda importante de convivência. Porém mesmo tendo uma convivência afetiva positiva a tendência é essa relação ficar distante naturalmente”, diz a psicóloga.

As famílias que presenciam um divórcio de algum membro sofrem, independente da sua posição. Nessa hora é importante estar presente para apoiar qualquer decisão, estar preparado para acolher sentimentalmente esse casal fragilizado e também seus filhos. E o mais importante é saber e respeitar que cada um reage de uma forma diferente e tem o seu tempo para digerir a situação.

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