Na adolescência, mudanças acontecem motivadas principalmente pelos hormônios e, se bem administradas, podem ser valiosas para todos.
Na adolescência, mudanças acontecem motivadas principalmente pelos hormônios e, se bem administradas, podem ser valiosas para todos.| Foto: Matheus Ferrero/Unsplash

Quem tem adolescentes em casa sabe que nem sempre é fácil lidar com o comportamento deles nessa fase da vida. Mau-humor, cara fechada e distanciamento dos adultos são atitudes relativamente comuns, mas nem tudo precisa ser sofrimento. Os pais devem ser compreensivos, mas também saber impor limites para que a relação não fique insustentável.

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Ao entrar na adolescência, o jovem passa por um turbilhão de emoções. Os hormônios são os principais responsáveis pela transformação e diversas mudanças que acontecem no corpo e no comportamento da criança. A pedagoga Ana Cruz explica que os adultos precisam aprender a respeitar esse momento. “Tudo é novo, tudo é diferente, ninguém entende o mundo dele e ele não sabe o que fazer. Não é nem criança, nem adulto”, afirma. Por isso os pais precisam dar suporte e direcionamento.

Não tem receita de bolo porque cada família se comporta de um jeito e lida de formas diferentes com as situações, mas Ana garante que rotina, disciplina e amor são indispensáveis. “Esse olhar mais atento dos pais é o que faz a diferença para que a relação familiar se dê de forma menos traumática”, destaca a pedagoga.

Bruna Andrade é mãe do Arthur, de 14 anos. Ela conta que em casa eles se dão muito bem e conversam bastante. Tem ocasiões, porém, em que é difícil fazer o filho escutar o que ela diz. “Ele tem mais atenção naquilo que é mais significativo pra ele. Nos jogos ele é super atencioso, mas quando eu peço alguma coisa, ele não presta atenção, esquece. Abstrai, como se não tivesse ouvido”, revela.

Esse tipo de comportamento é bastante normal. Ana ainda destaca que faz parte do processo ficar desatento e até mal-humorado, e aponta: “Eles têm o direito de ficar quietos, emburrados, de não gostar de alguma coisa”. O que não se deve fazer, de acordo com a pedagoga, é expor os filhos em situações como essa. “É desrespeitoso expor o lado emocional da pessoa. Isso acaba com a vontade ser proativo”, alerta.

Como lidar

Na casa da Bruna a forma de lidar com essas situações é ouvir o outro. Se o Arthur não concorda com alguma coisa, precisa explicar o porquê. “A gente ouve muito a opinião dele, mas prevalece a nossa porque ele tem que entender que quem manda somos nós, os pais”, diz ela. Essa imposição de limites é a orientação da Ana, também.

Dar sugestões sem impor as coisas e dar limite sem ser chato é um caminho interessante, ensina a pedagoga. Ela acredita que autoritarismo demais não funciona e liberdade total, menos ainda. Ana ainda ressalta que se a família tem mais de um filho, comparar o comportamento dos dois também é ruim. “Isso é muito prejudicial porque duas pessoas com a mesma criação, a mesma educação, no mesmo ambiente podem ter personalidades totalmente diferentes”, explica.

Além de manter o diálogo com os filhos, a pedagoga sugere fazê-los ter uma rotina saudável de sono. E ainda se aproximar, convidando os amigos dos filhos para frequentarem a casa da família, já que os relacionamentos sociais são essenciais nesse momento da vida.

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