Foto: Divulgação/Hospital Vitória
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Vítima de uma trombose cerebral e internada desde o dia 9 de agosto com dificuldades de locomoção, fala e respiração, a enfermeira Cristiane Melnick tinha certeza de que não festejaria seu 21.º aniversário de casamento. No entanto, o marido Marcio Pie não deixou que a doença da esposa interferisse nas comemorações casal e, com a ajuda da equipe do Hospital Vitória, em Curitiba, surpreendeu a companheira. “Eu queria fazer algo especial”, conta o professor universitário de 46 anos.

Casal se casa novamente depois de marido com demência esquecer o primeiro casamento

Morador do bairro Jardim das Américas, na capital paranaense, ele procurou os funcionários da unidade hospitalar no último dia 4 de setembro e pediu para entregar um buquê de flores à esposa no dia seguinte para marcar a data das bodas de casamento. “Mas eu não imaginava que a ação tomaria proporções tão grandes”, brincou.

Assim que ouviram o pedido de Marcio, os colaboradores do hospital perceberam que não seria possível atender à solicitação porque é proibido levar flores aos quartos dos pacientes devido ao risco de infecções.

Foto: Divulgação/Hospital Vitória Foto: Divulgação/Hospital Vitória

Só que os funcionários ficaram tão comovidos com o pedido do homem que não conseguiram dizer “não” e procuraram uma alternativa para fazer a surpresa. “Temos um espaço anexo que fica fora do hospital, mas no mesmo terreno. Então, pensamos em realizar a comemoração lá”, relata a supervisora de nutrição da unidade, Hiana Lampier.

Em 24 horas, ela e os colegas organizaram uma cerimônia de renovação de votos matrimoniais para o casal, decoraram o salão com balões e corações de papel, e ainda descobriram detalhes da história dos dois para serem citados na celebração. Além disso, convidaram uma pastora para dirigir o evento e selecionaram uma trilha sonora com as músicas favoritas da paciente para tocar antes e depois da cerimônia. “Tudo sem que ela soubesse”.

E Cristiane realmente não desconfiou de nada. Em entrevista ao Sempre Família, a curitibana de 43 anos contou que estava em seu quarto quando uma fisioterapeuta se aproximou e disse que os exercícios seriam realizados em um local diferente naquele dia. Por isso, ela sentou na cadeira de rodas e foi conduzida até um prédio anexo ao hospital sem imaginar o que encontraria. “A primeira pessoa que vi foi meu marido. Aí percebi que estava tudo decorado com corações pelo chão e pela parede”, recorda Cristiane. “Foi muito bom saber que aquilo estava preparado para nós”.

“A primeira pessoa que vi foi meu marido. Aí percebi que estava tudo decorado com corações pelo chão e pela parede”, recorda Cristiane. “Foi muito bom saber que aquilo estava preparado para nós”.

Como o evento aconteceu no período em que as duas filhas do casal — Isabela, de 13 anos, e Mariana, de 9 — estavam na escola, não foi possível que as garotas comparecessem. No entanto, diversos enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas participaram da celebração e lotaram a sala. “Fiquei muito emocionada com tudo aquilo”, afirmou Cristiane, que nunca deixou de comemorar seu aniversário de casamento e garante que detalhes assim fazem diferença no relacionamento a dois. “Um sempre precisa se preocupar com o outro, e nós temos isso”.

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Recuperação

Na data da surpresa, Cristiane precisava de uma traqueostomia para respirar, se alimentava por sonda e apresentava dificuldades de locomoção. No entanto, apenas oito dias depois, apresentou melhora significativa e recebeu alta. “Ela saiu daqui caminhando com supervisão, sem traqueostomia e se alimentando normalmente”, afirma a médica e diretora executiva do hospital, Alessandra Gaio. “Esse olhar humanizado e o fato de trazer o familiar para dentro do ambiente hospitalar faz diferença e propicia uma recuperação mais rápida ao paciente”, garante.

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