Nem todas as crianças se desenvolvem tão facilmente e precisam de ajuda para conseguirem se expressar melhor nos primeiros anos de vida.
Nem todas as crianças se desenvolvem tão facilmente e precisam de ajuda para conseguirem se expressar melhor nos primeiros anos de vida.| Foto: Bigstock

As primeiras palavras de uma criança são sempre simples, normalmente com sílabas repetidas. Mas isso já é o suficiente para encher a família toda de orgulho.

Com cerca de 1 ano de idade é comum elas saberem falar algumas poucas palavras e, com o passar dos meses, o repertório se multiplica. Só que nem todas se desenvolvem tão facilmente e acabam precisando de ajuda para se expressar melhor nos primeiros anos de vida.

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Ainda durante a gestação o bebê responde a estímulos sonoros e consegue reconhecer a voz da mãe, segundo a fonoaudióloga Thissiany Traesel. Logo nos primeiros meses os pais reconhecem o significado do choro e entendem as expressões da criança.

Só que as primeiras palavras mesmo, ela só pronuncia perto de um ano de idade. “Normalmente com 1 ano a criança sabe falar cinco palavras. Com 1 ano e meio, são 40 ou 50”, explica Thissiany.

No início a pronúncia não é correta, mas é possível identificar o que a criança quer dizer. Se com quase 2 anos ela ainda não consegue falar uma grande quantidade de palavras, é hora de buscar ajuda profissional.

Estímulos

Foi o que fez a arquiteta Fernanda Scatolin. Ela é mãe da Maria Luiza, hoje com quase 2 anos e meio. Há três meses a Malu iniciou as sessões de fonoaudiologia e musicalização. “Ela não falava nem mesmo 'mamãe' quando começou. Hoje ela fala frases”, conta Fernanda, orgulhosa.

A falta de estímulos é o principal problema nessa fase. A Malu começou a frequentar a escolinha no ano passado, mas teve apenas três semanas de aula, no mês de março, antes das atividades serem suspensas em razão da pandemia.

“Ela perdeu muito sem a socialização com outras crianças. Foi um acúmulo de situações que provocaram um atraso maior”, afirma Fernanda. Thissiany ressalta a importância da escola para incentivar a criança. “Em casa os adultos normalmente sabem o que a criança quer, então ela não precisa se esforçar tanto para se expressar do melhor modo. Já na escolinha ela precisa se virar”, diz a fonoaudióloga.

Aparelhos eletrônicos também devem ser mantidos longe dos filhos até os 2 anos de idade. Thissiany destaca que muitos vídeos disponíveis na internet podem confundir a criança em vez de estimular. Por isso o ideal é expor os pequenos o mínimo possível às telas e smartphones.

Como resolver

Ela também esclarece que o atraso pode ser sinal de algo mais grave. “A primeira atitude a tomar é fazer um teste auditivo, pra saber se os estímulos dados chegam até a criança”, orienta. Em alguns casos na maternidade é possível identificar, com o teste da orelhinha. Se os pais chamam pelo nome e o filho não responde ou reage, também é um sinal de alerta.

A maior parte dos casos de atraso pode ser resolvida com sessões de fonoaudiologia e estímulos em casa. Thissiany dá dicas de como fazer isso. Perguntar para a criança onde estão as partes do corpo – como nariz, pés, mãos – e apontá-las. Mostrar animais e pedir que a criança imite os sons que eles produzem. Conversar durante o banho e ir falando pra ela quais partes estão sendo lavadas – o bumbum, o cabelo, o braço. E tudo isso sem apelar a uma fala infantilizada. “Não é bom ficar falando como um bebê porque a criança vai se desenvolvendo e tendo uma voz infantilizada. O ideal é falar corretamente”, enfatiza ela.

Conseguir se expressar melhor deixa a criança mais feliz. Fernanda lembra que antes de aprender a se comunicar como hoje, a Malu ficava muito irritada e que, de uns tempos pra cá, está muito mais tranquila. “É muito gratificante ver como ela fica feliz quando a gente entende o que ela fala”, comemora.

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