Os benefícios de ouvir histórias da família contadas pelos pais, tios e avós vão além das risadas, aprendizado e do fortalecimento de vínculos. De acordo com a psicóloga Sarah Moreira dos Santos, conhecer a origem familiar também ajuda no desenvolvimento da autoaceitação e autoestima da criança. “Afinal, ela compreende que faz parte de algo muito maior”, garante a especialista, ao pontuar que isso ocorre até quando a experiência citada é negativa.
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“Os exemplos dos antepassados, bons ou ruins, fazem com que os pequenos aprendam a ser mais resilientes, sabendo lidar com os desafios que surgirem no decorrer da vida”. Por isso, a psicóloga incentiva os pais a falarem com seus filhos a respeito dos avós e tataravós em conversas informais que surgirem no dia a dia ou em horários reservados para compartilhar essas experiências. “E, para estimular esse processo, o ideal é criar um ambiente que desperte interesse”, incentiva Sarah, ao sugerir várias maneiras de tornar as histórias mais atrativas.
O uso de materiais lúdicos, por exemplo, é excelente para prender a atenção das crianças. “Então, se você tem fotos antigas, cartas, um presente que recebeu ou algum objeto passado de geração em geração, use esses itens”, orienta. Além disso, músicas, dramatizações e atividades como quebra-cabeças, caça-palavras e até a criação de uma cápsula do tempo são opções para fixar o conteúdo, estimular a imaginação e desenvolver a coordenação motora.
Outra ideia que também auxilia na organização das informações e na transmissão delas, segundo a especialista, é a montagem de uma árvore genealógica com a imagem da criança, dos pais, avós e tataravós. “E o preenchimento dessa árvore será benéfico para todos os envolvidos”, pontua Sarah, ao garantir que os idosos se sentirão úteis ao contribuir com seu conhecimento, e que os mais jovens desenvolverão um olhar diferenciado sobre sua origem.
Árvore genealógica online
Para facilitar essa atividade e localizar antepassados, é possível montar previamente uma versão online da árvore familiar no site Family Search, por exemplo. Esse ambiente digital é administrado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e conta com mais de 1 bilhão de nomes disponíveis para pesquisa.
Ali, o usuário tem acesso gratuito a registros civis, documentos de sepultamento e arquivos públicos e privados de diversos países. “Um trabalho que começou em 1938 com microfilmagem de registros genealógicos e que durou 60 anos, até começarmos a digitalizar tudo”, explica o administrador Fábio Falcão, gerente geral do Family Search Brasil.
Segundo ele, os dados são resultado de parcerias com Tribunais de Justiça, cemitérios e arquivos de dioceses e arquidioceses da Igreja Católica. “E cada usuário ainda pode adicionar o máximo de informações que conseguir sobre seus antepassados”, comenta o administrador, ao afirmar que, a partir desses dados, o sistema faz sugestões de registros e conexões com outros ramos da árvore familiar. Atualmente, o site recebe cerca de 400 mil visitantes diariamente e cerca de 23 milhões por mês.