Combinar de seu filho brincar na casa de um amigo pode até trazer certo alívio pela “folga”, mas ao mesmo tempo é natural que traga algumas preocupações. O lar de outra família tem outro jeito de funcionar, possivelmente outras regras, e é claro que queremos que tudo saia da melhor maneira possível. E é aí que a comunicação entre as famílias é fundamental. Um artigo de Dory Zayas no portal VeryWell Family traz outras dicas preciosas para esses casos.
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Dory cita a psicóloga Becky Kennedy, autora do livro Good Inside: A Guide to Becoming the Parent You Want to Be. Segundo ela, a especialista recomenda colocar em primeiro lugar os acordos com a outra família que dizem respeito à segurança do seu filho – como avisar se ele tem algum tipo de alergia, ou reforçar algum alerta de segurança caso a casa tenha uma piscina. “Pergunte a si mesmo: qual a minha tarefa número um como pai?”, diz Becky. “Minha tarefa número um é manter meu filho seguro. A segurança é o fundamento para todo o resto”.
Por isso, uma conversa com os pais da outra criança é fundamental antes do encontro. Nessa ocasião, verbalize as suas expectativas de modo gentil e sereno. “Use ‘eu’ em vez de ‘você’”, recomenda Becky.
“Digamos que se trate de uma casa com piscina e eu não queira que meu filho esteja na área externa sem supervisão. Posso dizer então: ‘Ei, queria falar sobre algumas orientações a respeito de ficar na área externa. Meu filho não sabe nadar, e queria saber se está tudo bem para vocês não permitir que ele saia sem a supervisão de um adulto. Esse é um ponto em que preciso me certificar que posso ficar tranquilo’”, exemplifica Becky.
Comunicação clara
A partir desse modelo comunicativo, qualquer requisito por parte de uma e de outra família pode ser expresso, e deve ser respeitado. A psicóloga dá outro exemplo: “Queria ver com vocês sobre o videogame. Sem julgamento aqui, eu sei que cada família tem a sua linha, mas para a gente videogame não é uma opção legal para um dia de brincadeiras com um amigo”.
E se as orientações forem desrespeitadas? Digamos que você marcou de seu filho brincar na casa de um amigo e, ao chegar para buscá-lo, você o encontre subindo em uma árvore, quando você tinha dito claramente que isso não deveria acontecer. “Respire fundo e, vendo que o seu filho está seguro, diga a si mesmo: ‘Não preciso fazer nada exatamente agora. Estou seguro, meu filho está seguro’”, indica Becky. Mais tarde, de modo mais sereno e desarmado, procure então conversar com a outra família.
“Eu mencionei que não queria meu filho subindo em árvores, mas quando cheguei encontrei ele se pendurando em um galho. Queria saber o que aconteceu? Eu sei que estamos no mesmo time, então só queria saber o que houve”, exemplifica a psicóloga, caso se trate da primeira vez em que uma orientação é desrespeitada. Se o caso se repetir, porém, você pode avaliar que é melhor não marcar mais esses encontros na casa dessa família.
Reavaliar as próprias barreiras
Também é importante conversar com o seu filho após o encontro, checando se tudo correu bem. Seu filho pode ter visto comportamentos com os quais não está acostumado e pode querer conversar sobre isso. Nesse momento a sua orientação é fundamental. E a conversa pode levar você até mesmo a reavaliar os limites que você havia imposto – sempre para o bem do seu filho.
“Queremos que nossos filhos aprendam a lidar com diferentes situações”, afirma Becky. “É bom para as crianças correr pequenos riscos e poder explorar. Tente separar os seus sentimentos de nervosismo daquilo que você acredita ser o melhor para o seu filho”. É natural ter receio de que o seu filho se machuque, mas também é importante compreender e fazer compreender que erros pequenos fazem parte da vida e que seu filho provavelmente vai amadurecer com eles.