Para alguns pais ver os filhos ingressando em uma boa faculdade é uma grande alegria e a realização de um sonho. Mas para outros, não basta que a instituição seja boa, mas sim que seja uma das melhores. E uma das melhores do mundo. Essa costuma ser a motivação dos pais que miram numa vaga nas universidades norte-americanas.
Embora ambiciosa, essa não é uma decisão fácil, principalmente pelo afastamento da família e em, alguns casos, pelo grande investimento financeiro que será necessário, sem contar com a barreira da língua e dos costumes locais. Se você já colocou todos esses fatores na balança e percebeu que está entre os pais que sonham com voos mais altos para seus filhos, é hora de saber como colocar o plano em prática.
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Marcelo Távora Mira, diretor de internacionalização da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) explica que há quatro possibilidades. Independente de qual formação for escolhida pelo aluno, ele destaca alguns pontos que devem ser vistos antes de se tentar uma graduação nos Estados Unidos. “Ter fluência na língua é imprescindível para o bom andamento do curso desejado e também ótimas notas durante o Ensino Médio aqui no Brasil”, diz.
Curso integral nos Estados Unidos
Mira explica que é possível cursar integralmente uma faculdade nos Estados Unidos independente de se ter algum vínculo com universidade brasileira. Nesse caso o aluno termina o Ensino Médio e manda seu histórico escolar para as instituições de sua preferência naquele país. “Ao contrário do Brasil que parece querer repelir o aluno, nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia, as universidades lutam para atrair um bom aluno”, diz. E isso se reflete segundo ele na maneira como as informações para ingresso nas instituições acontecem. “Algumas delas têm até uma ‘receitinha’ sobre como converter as notas adquiridas no Brasil por aquelas que eles avaliam”, lembra. Não há um link específico para se saber quais universidades aceitam ou não brasileiros, mas há agentes especializados nessa questão que podem facilitar o processo de busca por uma instituição. Apesar disso, não há impedimento para que o estudante brasileiro faça essa procura sozinho.
Intercâmbio
Talvez seja a maneira mais simples de se obter um curso nos Estados Unidos, de acordo com Mira. A parceria pode ser de seis meses a um ano e não há um compromisso formal. “Isso quer dizer que se ele assistir as aulas e passar nos testes ele pode trazer esses créditos para o Brasil e validá-los. Senão, não há problema”, diz o especialista. Uma recomendação de Mira é a de buscar no site das universidades em que o aluno deseja fazer intercâmbio, a informação sobre as parcerias no Brasil. “Nas mais organizadas é possível encontrar quais são essas parceiras e até as facilidades para saída do país”.
Dupla diplomação
“Esta é uma modalidade de intercâmbio um pouco mais sofisticada”, avisa Mira. Isso porque são poucas opções por conta dos acordos que são mais difíceis de serem negociados. É preciso sair do país por pelo menos um ano, fazer as disciplinas nos Estados Unidos e ser aprovado nos testes daquela instituição. Se tudo for feito corretamente, então esse aluno garante o diploma da universidade brasileira e também da norte-americana. “E é um acordo bilateral que precisa de um equilíbrio. Devem ir tanto aluno do Brasil para os Estados Unidos quanto o contrário”, explica.
American Academy
É uma modalidade nova no país, oferecida, por enquanto, apenas pela PUCPR. “Há algo semelhante ao que estamos fazendo em Curitiba, na PUC Chile. Mas ainda assim os moldes são um pouco diferentes”, salienta Mira. O programa não é nem um intercâmbio e nem uma dupla diplomação. “Ele surgiu para oferecer uma formação humanística e que prepara o estudante para ter sucesso em basicamente qualquer área. É chamado de Liberal Arts”, diz. A universidade parceria da PUCPR é a Kent University, já aliada em outros projetos da universidade brasileira. O curso de graduação segue o modelo norte-americano de Liberal Arts e tem duração de dois anos. As aulas são totalmente em inglês, ministradas por professores da Kent Univesity que vão até Curitiba e por isso o curso funciona em módulos. O calendário segue ao máximo aquele utilizado nos Estados Unidos, com algumas pequenas adaptações locais, como o mês de janeiro que tem férias maiores no Brasil. O custo do curso é 50% menor do que o valor dele na Kent University: R$ 4,2 mil. Lá o valor mensal é de cerca de R$ 9 mil além dos gastos extras.
Ao final dos dois anos no Brasil, o aluno tem a opção de escolher um curso para fazer nos Estados Unidos ou pode permanecer aqui. A diferença é que nem todos os cursos brasileiros já estão adaptados para essa realidade onde o início é com Liberal Arts. Nesses casos, seria como se o aluno fizesse uma graduação inicial e aí o curso que deseja, dobrando o tempo de estudo. Se ele opta pelo curso na Kent University, em no máximo três anos ele já está com seus dois diplomas: o norte-americano e o brasileiro. O ingresso no programa também é semelhante ao dos Estados Unidos. “Fazemos a avaliação de notas dos Ensino Médio, a proficiência na língua, pedimos uma carta de motivação do aluno e ainda fazemos uma entrevista com ele”, conta Mira. “Ao ingressar na PUCPR o aluno automaticamente ingressa também em Kent”, completa.
Mais informações:
Education USA: http://educationusa.org.br/site/
American Academy: www.pucpr.br/americanacademy
Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil: https://br.usembassy.gov/pt/
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