Foto: Argentinos Alerta/Facebook| Foto:

Milhares de argentinos participaram de marchas contra o aborto em todo o país no domingo (25/03), considerado o Dia Internacional do Nascituro. Sob o lema “Salvemos ambas as vidas”, que faz referência à vida da mulher e à do nascituro, os cidadãos protestaram contra um projeto de lei que pretende legalizar o aborto nas primeiras 14 semanas de gestação. Atualmente, a prática só é permitida em caso de estupro ou de risco de vida para a mulher.

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A marcha foi organizada pela plataforma Unidad Provida e teve amplo apoio da Igreja Católica do país e da Aliança Cristã das Igrejas Evangélicas da República Argentina (ACIERA), que representa 15 mil comunidades evangélicas. Em numerosas paróquias, padres e fiéis participaram das missas do Domingo de Ramos com cartazes com o lema “Vale toda vida”. Mais de 70 bispos – a Argentina tem no total 95 bispos, excetuando-se os eméritos – compartilharam a hashtag em seus perfis nas redes sociais.

Por que a luta contra o aborto é também uma luta em favor das mulheres

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O presidente da Argentina, Mauricio Macri, conquistou o voto dos eleitores pró-vida manifestando-se enfaticamente contra o aborto durante a campanha eleitoral, em 2015, mas na última semana disse que não usará seu poder de veto se o Congresso legalizar o aborto. Por outro lado, 15 parlamentares apresentaram no início de março na Câmara um “contraprojeto” que propõe a “Lei de proteção integral dos direitos humanos da mulher grávida e das meninas e meninos nascituros”.

 

Presenças

Segundo a polícia, de 20 a 30 mil pessoas participaram das manifestações em Buenos Aires, mas os organizadores dizem que na capital havia no mínimo 70 mil participantes. No palco, os manifestantes ouviram testemunhos pró-vida – como o de um jovem adotado que, ao conhecer sua mãe biológica, lhe agradeceu por não o ter abortado e o de uma cidadã norte-americana que trabalhou em uma clínica de abortos em seu país.

Os organizadores não permitiram que parlamentares discursassem no palanque, mas pelo menos três deputados federais estavam presentes na marcha. Carla Pitiot, Jorgen Enríquez e Orieta Vera apresentaram na sexta-feira (23/03) um projeto de lei que permite que gestantes que não queiram ter seus filhos consigam dar entrada nos trâmites da adoção ainda durante a gravidez. Já a ministra do Desenvolvimento Social, Carolina Stanley, chegou a discursar. Ela recebeu um pedido para criar um 0800 para atender gestantes que não querem ficar com seus filhos.

Os cartazes usados pelos manifestantes atentaram para a defesa da vida do nascituro, ainda mais considerando-se a ampla janela que o projeto de lei pretende abrir para a legalização do aborto. Em uma foto publicada pelo Clarín, podem-se ver crianças com um cartaz que diz: “Tenho 14 semanas e já tenho coração, pulmões, fígado, medula, cordas vocais, rosto, unhas, pele… E dizem que não tenho vida?”

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