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Nos países que permitem o aborto, muitos bebês diagnosticados com espinha bífida ainda na gestação não chegam a nascer. O problema acontece quando a espinha dorsal e a medula espinhal não se desenvolvem adequadamente, causando geralmente inaptidão para caminhar, acúmulo de líquido no cérebro, falta de controle na bexiga e outras complicações. Para a sorte de Misty Boyd, os seus pais só descobriram a sua condição quando ela nasceu – em 1983. Mesmo assim, eles tiveram que lutar por sua vida, como a própria Misty, hoje com 35 anos, contou em um post compartilhado no Facebook pela Spina Bifida Association.

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“Quando eu nasci e fui diagnosticada com espinha bífida, o médico se desculpou intensamente, dizendo que poderia ter ‘feito algo’ se soubesse”, conta ela. “Ele disse a meus pais que minha condição era incompatível com a vida. Eu teria muitas dificuldades mentais e nunca caminharia, falaria, me alimentaria ou seria independente em qualquer sentido. Se o médico tivesse descoberto meu defeito por ultrassom, teria insistido para que eu fosse abortada, devido a ‘baixa qualidade de vida’”.

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“Nada do que o médico predisse para o meu futuro chegou a acontecer”, testemunha Misty. “Sou casada, tenho sucesso na minha carreira e sou muito feliz”. A sua capacidade de superar as adversidades fez com que, aos 20 e tantos anos, ela decidisse pesquisar como era a situação corrente das crianças diagnosticadas com a condição. “Certamente a tecnologia médica teria ido longe o suficiente para que não precisássemos dar prognósticos tão sombrios para esses bebês, certo?”, ironiza Misty.

“Não demorou muito para que meu coração se despedaçasse ao saber que os médicos continuavam dando o mesmo prognóstico falso, negativo e mal informado. Mesmo que a tecnologia tenha avançado bem mais na luta por nos ajudar a viver plenamente, em comparação com a época em que nasci, os médicos continuam pintando os piores cenários como se isso fosse o destino tipicamente esperado de alguém com espinha bífida”, critica.

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