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Kathryn Jean Lopez, National Review

Na quarta-feira (23), o estado de Nova York promulgou uma legislação sobre o aborto mais permissiva. No mesmo dia, a congregação das Sisters of Life realizou uma vigília em Manhattan, na Catedral de St. Patrick. Estive lá e redescobri que todos nós temos um papel a desempenhar na solução e que realmente há aqueles que põem a mão na massa. As Sisters of Life foram fundadas pelo falecido cardeal John O’Connor, que queria que toda mulher que precisasse de ajuda soubesse que pode contar com a Igreja Católica.

A congregação reúne cerca de 100 mulheres que se consagram a Deus e ao carisma da defesa da vida. Elas conseguem mudar o rumo de uma conversa apenas com a sua presença – e tudo mais começa a mudar quando você conhece suas atividades e suas motivações. Pessoas que vivem as bem-aventuranças frequentemente conseguem realizar grandes mudanças.

Cheryl Calire é uma mulher que se parece muito com elas, embora não seja freira, e sim esposa e mãe. Ela fundou a Mother Teresa Home (Casa Madre Teresa) em Buffalo e é a diretora da seção pró-vida da diocese local. É outro farol de luz e de vida no estado. Por isso eu sabia que, nesses dias marcados pelo 46º aniversário da decisão Roe vs. Wade, pela Marcha pela Vida e pela sombria decisão do governo de Nova York, ela teria algo a dizer que valeria a pena ser ouvido.

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Kathryn Jean Lopez: Qual é o objetivo da Casa Madre Teresa?

Cheryl Calire: É um programa pensado para apoiar e acompanhar aquelas mulheres que se encontram em uma gravidez não-planejada ou sem apoio. O objetivo é empoderar as mulheres a serem o melhor que elas podem ser!

Lopez: Você deve conhecer histórias de mulheres daquelas que fazem você acordar inspirada – e desafiada – para esse trabalho todos os dias.

Calire: Muitas e muitas histórias e também muitos textos, e-mails e convites para festinhas de aniversário fazem eu continuar caminhando. São de mães que tinham escolhido interromper a gravidez, mas encontraram a esperança que tínhamos a oferecer. O que é mais desafiador é o conjunto de coisas que você nem imagina que vai enfrentar quando coloca cinco mulheres com seus filhos debaixo do mesmo teto. Pense em todos os hormônios que vêm com a gestação! Há dia ótimos, e há os desafiadores. Temos mães que precisam amamentar bem cedo; e precisamos manter toda a agenda caminhando de forma eficiente e efetiva: cozinhar, limpar, cuidar, pôr na cama, cuidar do jardim. Você imagina o cenário. É um verdadeiro lar!

Lopez: O que vocês fazem pela mulher e por seu filho após o nascimento?

Calire: Ajudamos a fazer a ponte entre eles e os serviços que podem ajudá-los. Fazemos juntos um plano para que elas terminem os estudos, encontrem emprego, um lugar para morar, etc.

Lopez: O que vocês pensam sobre acolhimento familiar e adoção?

Calire: A Catholic Carities tem um programa de transição entre o acolhimento familiar e a adoção. Também trabalhamos com advogados que atuam com o tema. Não somos uma agência de adoção, mas, é claro, conhecemos muitas gestantes.

Lopez: Para onde vocês encaminham uma gestante interessada em oferecer seu filho para adoção? O que vocês dizem a ela?

Calire: Devido às leis do estado e da Igreja, nós na Diocese de Buffalo não oferecemos diretamente serviços de adoção. De novo, muitas gestantes entram em contato com advogados e agências para isso.

Lopez: Quando ficou claro que os planos de expansão do aborto que o governador Andrew Cuomo alimentava há anos se tornariam realidade, vocês tiveram a tentação de se desesperar e desistir?

Calire: Não somos todos tentados? Por um breve momento, disse a mim mesma: fomos derrotados. Então lembrei que fomos chamados para servir, não para nos preocupar a quem e como. Deus vai cuidar do resto.

Lopez: O que você pensou quando soube da vitória de Cuomo e como você recobrou a esperança?

Calire: Pensei nos muitos que confiam em nós em busca de ajuda e de esperança e naqueles que ainda não sabem que estamos à sua disposição. Educar e tornar o aborto uma saída impensável é a minha esperança e a minha prece.

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Lopez: O que você recomendaria como prioridade a uma pessoa pró-vida do estado de Nova Yorkque percebe que há muito chão pela frente? Quais são as coisas que as pessoas podem fazer de forma imediata para ajudar a cultivar uma cultura da vida?

Calire: Orar. Jejuar. Envolver-se em qualquer coisa que promova a dignidade de toda a vida humana em qualquer fase. Isso se torna uma segunda natureza se você permitir que Cristo modele você como a argila.

Lopez: No que focar pensando no longo prazo?

Calire: Em mais serviços que empoderem as mulheres a decidir, de modo que elas possam ver a luz e sentir a esperança dentro delas. Precisamos de mais pessoas que preencham essas reitorias, conventos e escolas vazios que temos no país inteiro e abram as suas portas à vida!

Lopez: Por que você é pró-vida?

Calire: Porque Deus é o autor da vida. Ele tem um plano único para cada ser criado à sua imagem e semelhança. Pessoalmente, sou muito motivada em minha vida a levar essa boa nova aos outros.

Lopez: O que você mais lamenta em relação àqueles que não se importam com a nova legislação ou que até mesmo a comemoram?

Calire: Espero que eles reservem um tempinho para visitar um centro de atenção à gestante e conversar com mulheres e homens que passaram pelo aborto. Algumas das maiores lições da minha vida eu aprendi com aquelas com quem trabalhei no Projeto Raquel [que atende mulheres que passaram pelo aborto].

Lopez: Qual é o seu sonho para a Casa Madre Teresa?

Calire: Meu sonho é que possamos atrair algumas religiosas da ordem da nossa patrona, as Missionárias da Caridade, para que trabalhem e sirvam conosco. Também gostaria de conseguir atender ao interesse de pessoas de outras partes do país que desejam a minha ajuda para iniciar uma casa como essa em suas dioceses.

 

Tradução de Felipe Sérgio Koller.

©2019 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

 

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