Reprodução/TV Record/YouTube
Reprodução/TV Record/YouTube| Foto:

No dia 16 de outubro, uma reportagem da Gazeta do Povo expôs o que é mito e que é verdade sobre a história do Kit Gay, um dos fatores que mais fragilizaram o petista Fernando Haddad nessas eleições. O Blog da Vida, contudo, faz questão de acrescentar o testemunho da advogada Damares Alves, assessora parlamentar no Congresso Nacional e dedicada à defesa da infância há anos. Ela participou pessoalmente de alguns dos momentos mais tensos daquele episódio e relatou o que viu numa mensagem que circula nas redes sociais:

 

“O Kit Gay existe ou existiu? 

Sim!

O Kit Gay chegou nas escolas?

Sim e não.

Gente, o kit que estava sendo preparado naqueles dias e que as frentes parlamentares evangélica e católica descobriram, de fato, não chegou às escolas. Era um kit composto de cartilhas, cartazes e filmes que faziam parte do Programa Escola Sem Homofobia. Ele custou três milhões de reais. Entre os filmes que estavam no kit cito “Encontrando Bianca” e “Torpedo“. Ambos estão no YouTube.

Aquele kit – que foi apelidado de Kit Gay pela imprensa – só não chegou às escolas porque os filmes vazaram e nós, que participamos dos movimentos em defesa da infância, em parceria com os parlamentares pró família, fizemos pressão junto ao MEC.

Damares Alves (reprodução/YouTube) Damares Alves (reprodução/YouTube)

Os parlamentares foram incríveis e começaram a obstruir todas as votações na Câmara até o kit ser suspenso. O então ministro da educação, Fernando Haddad, foi até a Câmara falar com os parlamentares. A reunião foi polêmica.

Eu estava naquele encontro, eu participei da conversa e apresentei ao ministro, junto dos assessores pró-família, todo o material que repudiávamos. Apresentamos não só os materiais do kit que seria lançado, mas também outros que já estavam nas escolas.

Os parlamentares continuaram obstruindo a pauta de votação e o governo tinha projetos de lei importantes para serem aprovados, então chamou as frentes evangélica, católica e da família para conversar . Os parlamentares pediram à presidente Dilma que assistisse aos vídeos e conhecesse o material que estava sendo confeccionado e pronto no MEC.

A presidente Dilma teve acesso ao conteúdo, ficou horrorizada e proibiu que aquele kit do Programa Escola Sem Homofobia chegasse às escolas.

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O Movimento Gay ficou muito irritado com a presidente Dilma e com o ministro Haddad na época, por não terem dado continuidade ao material e proibido a entrega daquele kit.

Aquele kit, de fato, não chegou, mas muitos outros materiais chegaram nas mãos das crianças em escolas de todo o Brasil antes e depois daquele episódio.

O Programa Escola Sem Homofobia continuou e eles não fizeram mais um kit, fizeram pior: pulverizaram o conteúdo em livros didáticos, paradidáticos, desenhos animados, cartilhas, concursos de cartazes, trabalhos escolares, peças teatrais, etc.

Procurem, por exemplo no YouTube uma reportagem de uma cartinha gay entregue em uma escola em Nilópolis que mostrava quatro homens transando ao mesmo tempo (claro que quando a imprensa denunciou disseram que foi para as escolas por engano). Procurem ainda conhecer os livros “Bem-vindo à família” e “O grande e maravilhoso livro das famílias”  que passaram a ser recomendados e usados pelos professores de educação infantil.

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Busquem os livros didáticos de 2012 para cá e vejam conteúdo apresentado. Eu recomendo que acessem o blog De Olho no Livro Didático, onde há muitas páginas de livros didáticos escaneadas. Recomendo também que acessem o site Escola Sem Partido.

Veja a também no YouTube o desenho animado com o título Medo do Que? Trata-se de um desenho animado no qual os meninos se beijam e, já no início, aparece uma cena de um menino se masturbando. Este desenho está recomendado no Portal do Professor do MEC para alunos do ensino fundamental.

Então, o Kit Gay daquela confusão, de fato, não chegou às escolas, mas outros kits, outros materiais, bem piores, chegaram e chegam todos os dias.

Assistam aqui a reportagem e vejam o representante do movimento LGBTI bravo com o então ministro da Educação por não ter enviado o kit da confusão para as escolas”.

Damares Alves

 

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