Star Wars VII: O despertar da força
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ATENÇÃO: sem spoilers. Aliás, spoilers apenas após o trailer.

E chega nos cinemas a continuação da saga Star Wars, que apareceu nas telonas pela primeira vez em 25/05/77. De lá para cá várias gerações foram influenciadas pelas aventuras e dramas que envolvem a família Skywalker. Para quem quiser entender melhor a influência de Star Wars, recomendo que ouçam o ótimo episódio 486 do podcast Café Brasil, em que Luciano Pires traz uma análise quase poética do que representa esta saga.

No novo filme temos a chance de reencontrar diversos personagens que já estavam em nossos corações e ao mesmo tempo somos apresentados a novos personagens, alguns tão apaixonantes como os anteriores (como é o caso do novo droid, BB-8). 

Cerca de 30 anos após o episódio VI, O Retorno do Jedi, vemos que o império não existe mais, mas a galáxia continua em guerra. Conhecemos então o que se chama de Primeira Ordem, que parecendo uma associação militarizada e com características nazistas, tenta reestabelecer o domínio que já foi do império comandado por Palpatine. Ao mesmo tempo vemos que a resistência ainda existe, agora comandada pela ex-princesa e atual General Leia Organa.

O enredo tem muita coisa parecida com os episódios IV (Uma Nova Esperança) e V (O Império Contra-Ataca), com alguns momentos quase iguais, mas mesmo com esse detalhe do roteiro, o filme é empolgante e em alguns momentos doloroso (quem já assistiu sabe do que falo), mas nos enche os olhos no mesmo estilo (e de forma atualizada pelos efeitos especiais) que a trilogia clássica, e muito melhor que a trilogia mais recente (episódios I – A Ameaça Fantasma, II – Ataque dos Clones, e III – A Vingança dos Sith).

Vi algumas críticas sobre o filme que consideraram o roteiro confuso. O roteiro não é confuso, mas simplesmente se fez a mesma coisa que foi realizado quando pela primeira vez se mostrou o mundo de Star Wars, veio um filme com uma realidade já pronta e não foram dadas explicações. Era aquilo e pronto, bastava. Neste caso foi algo semelhante, mas já temos a base de seis filmes anteriores que explicam muito do que vemos hoje.

E temos novamente a disputa entre o bem e o mal, em especial sobre a escolha de qual caminho seguir. Vemos que nessa disputa não há zona cinzenta, a decisão é objetiva entre o lado negro e o lado claro da força, muito bem caracterizados sem deixar dúvidas. Para mim este sempre foi a grande mensagem “além da tela” de Star Wars: nós escolhemos o caminho que vamos seguir, seja ele bom ou ruim, seja influenciado ou não, seja diante de uma necessidade ou não, a escolha é sempre pessoal. O lado negro e o lado claro em Star Wars são objetivos para mostrar isso.

O diretor JJ Abrams foi o responsável por reiniciar nos cinemas outro ícone do cinema, Star Treek, e o fez de forma brilhante, a diferença é que lá ele usou a ideia de se criar uma realidade paralela. Em Star Wars ele traz a sequência de algo consagrado, e também o fez também de forma brilhante. Os personagens e o mundo de Star Wars vistos no filmes anteriores foram respeitados, os fãs se sentiram respeitados, e tudo está revitalizado.

Nós, fãs antigos e apaixonados temos que aprender a acolher a ruptura do antigo para o novo. É difícil, chega a dar raiva, mas vamos lá.

Não deixe de assistir no cinema. Faça um esforço e vá. Este é um daqueles filmes em que precisamos ter uma experiência de cinema, com tela grande, som alto e tudo mais que vale a pena.

Que a força esteja com vocês.

Nota:

4,5

Sinopse: Trinta anos após destruição da Segunda Estrela da Morte e do Imperador Palpatine, o terrível Império Galáctico não existe mais, porém, a galáxia está em guerra novamente entre a opressora Primeira Ordem e a Resistência. Quando uma arma devastadora pode garantir o controle da Primeira Ordem, Finn (John Boyega), Rey (Daisy Ridley) e Poe Dameron (Oscar Isaac) devem se unir a Leia (Carrie Fisher), Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew) para colocar fim à nova ameaça.

Ficha técnica:

Gênero: Ficção Científica
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: J.J. Abrams, Lawrence Kasdan, Michael Arndt
Elenco: Aaron Kennedy, Adam Driver, Alan Chimes, Amybeth Hargreaves, Andrew Mackinnon, Andy Serkis, Anthony Daniels, Billie Lourd, Billy James Machin, Carrie Fisher, Chris Geden, Christina Chong, Christopher Ang, Crystal Clarke, D.C. Barns, Daisy Ridley, Dante Briggins, Darl Ferm, Dixie Arnold, Domhnall Gleeson, Greg Grunberg, Gwendoline Christie, Harrison Ford, Iko Uwais, Jessica Henwick, John Boyega, Johnny Lynch, Ken Leung, Kenny Baker, Kiran Shah, Leigh Holland, Lupita Nyong’o, Maisie Richardson-Sellers, Mark Hamill, Mark Preston, Mark Stanley, Max von Sydow, Miltos Yerolemou, Oscar Isaac, Paul Crouch, Peter Mayhew, Phil Hodges, Phoenix James, Pip Andersen, Raymond Mamrak, Rimmel Daniel, Robert Nairne, Roman Bloodworth, Rothschild Alexsandria, Simon Pegg, Tim Rose, Warwick Davis, Yayan Ruhian
Produção: Bryan Burk, J.J. Abrams, Kathleen Kennedy
Trilha Sonora: John Williams
Duração: 136 min.
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Estreia: 17/12/2015 (Brasil)
Distribuidora: Disney
Estúdio: Bad Robot / Lucasfilm Ltd
Classificação: 12 anos
Informação complementar: Sequência de Star Wars: Episódio VI – O Retorno De Jedi

Trailer

 

Agora vem os spoilers. Se você continuar a ler, será por sua conta e risco.

O vilão Kylo Ren realmente não tem a imponência de Darth Vader e é algumas vezes vacilante, o que se explica por ser ainda muito jovem. Um dos segredos do filme é que ele é filho de Han Solo e Leia, e portanto, neto de Anakin Skywalker (Darth Vader), e mesmo parecendo ser mais poderoso que seu avô, tem medo de não ser igual a ele. Também, vemos que ainda existe algo que o segura para se jogar completamente no lado negro da força, que é a sua família.

Aqui vem o grande spoiler do filme … Kylo Ren acredita que somente poderá seguir este caminho errado se conseguir se desvencilhar do que lhe prende, neste caso, sua família. Por isso vem a pior parte para os fãs, mas que eu entendo ser necessária para a construção do personagem: Kylo Ren mata Han Solo (se você não tinha assistido o filme, não sabia disso e descobriu agora, o fez por sua conta e risco … eu avisei antes). 

Notamos que o jovem Kylo está sendo influenciado pelo supremo líder da Primeira Ordem, Snoke, que é uma figura poderosa do lado negro da força. Apesar de não termos nada que confirme ainda, mas parece que Kylo Ren matou os demais alunos jedis de Luke Skywalker (outro spoiler) sob a influência de Snoke.

Isso me lembra uma frase que é muitas vezes repetida: se você não cuidar de seus filhos, alguém o fará. Não sabemos dizer se Han e Leia negligenciaram algo sobre a criação de Kylo (talvez nos filmes seguintes isso seja melhor colocado), mas alguém conseguiu capturar o rapaz e o levou para o lado errado, algo que vemos muitas vezes acontecer na vida real.

O filme pode ser visto apenas como uma ótima aventura espacial, mas também pode nos servir de alerta para os riscos de deixarmos nossos filhos sob a influência errada. Cabe aos pais acompanhar seus filhos e conduzi-los, inclusive pelas mãos, para o lado correto.

Espero que estes spoilers, se são novidades para você, não atrapalhem a sua leitura do filme quando for ao cinema. E se você já assistiu, o que achou do filme?

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