Como eu era antes de você
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O filme é a adaptação do livro de mesmo nome, escrito por Jojo Moyes. 

Resumindo o filme: é uma mistura de “Tudo por amor” (1991) com a Julia Roberts e “Intocáveis” (2011). A grande diferença está no final que tem sido muito discutido.

A diretora do filme, Thea Sharrock, afirmou em entrevista que o tema proposto pelo filme é polêmico, mas muito corajoso. “É uma história fictícia sobre o quão importante é o direito de escolha. A mensagem do filme é viver com ousadia e superar limites.” Pois bem, a diretora tem como intenção de botar lenha da discussão sobre o suicídio assistido e/ou eutanásia.

Quem quiser entender a problemática do filme, recomendo ler o ótimo texto das colegas ReginasO que há de errado com “Como eu era antes de você”? (atenção, tem spoilers).

Independentemente da discussão acima, vale a pena assistir? Sinceramente, tem romances melhores (até “Titanic” é bem melhor, mesmo achando que Rose podia dar um espacinho para Jack subir naquele pedaço de madeira), mas é o que está no cinema hoje, tem dois atores que estão em alta em especial com adolescentes e jovens – Emilia Clarke pelo seriado Guerra dos Tronos e Sam Claffin por Jogos Vorazes -, então tem muito para ser sucesso de bilheteria.

O final é decepcionante, e para mim estraga todo o filme …

ATENÇÃO, É SPOILER BRAVO PARA QUEM NÃO LEU O LIVRO O JÁ SABE

… o casal não fica junto não pela doença do rapaz como em “A culpa é das estrelas”, mas pelo seu egoísmo de decidir pela morte em vez de viver ao lado daquela que o ama independentemente de suas limitações. Ele decide que é melhor morrer do que viver “naquele estado”. A tanto que no livro (não está no filme, mas a intenção é a mesma), ele fala assim:

– Não basta para mim. Esse meu mundo, mesmo que seja com você. E pode ter certeza, Clark, minha vida melhorou muito desde que você chegou, Mas para mim não basta. Não é a vida que eu quero. (página 283 do livro)

Há quem entenda (e alguns vendem essa ideia) de que é um filme de coragem por decidir pela morte. Aqui faço o coro de tantos que sofrem do mesmo mal que o protagonista e ficaram revoltados com o filme: é covardia, não coragem. É verdade que não é bom ficar dependendo de todo mundo para qualquer coisa, mas se essas limitações criassem seres que não pudessem fazer nada na vida, nunca teríamos um Stephen Hawking produzindo ciência até hoje.

Sinceramente: ir ao cinema para ver o protagonista agir como egoísta, não vale o ingresso. Pode ter um romance legal, os atores estão em alta, mas ver um filme para se decepcionar no final é como preparar uma pizza e quando for comer descobrir que o queijo estava estragado.

Recomendo assistirem os dois filmes que citei no início, “Tudo por amor” (1991) e “Intocáveis” (2011), que vão ganhar muito mais do que esse.

Nota:

 2

Sinopse: Will (Sam Claflin) é um garoto rico e bem-sucedido que sofre um acidente e fica preso a uma cadeira de rodas. Depressivo, ele contrata Louisa Clark para cuidar dele, uma menina do campo que pode mudar suas perspectivas.

Ficha Técnica:

Gênero: Drama
Direção: Thea Sharrock
Roteiro: Jojo Moyes
Elenco: Ben Lloyd-Hughes, Brendan Coyle, Charles Dance, Emilia Clarke, Janet McTeer, Jenna Coleman, Matthew Lewis, Sam Claflin, Stephen Peacocke, Vanessa Kirby
Produção: Alison Owen
Trilha Sonora: Craig Armstrong
Duração: 110 min.
Ano: 2016
País: Estados Unidos
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / New Line Cinema
Classificação: 12 anos

Trailer:

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