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Dale Carnegie é um dos mais renomados autores de autoajuda, e talvez você o conheça pelo best-seller Como fazer amigos e influenciar pessoas, publicado originalmente em 1936. O trabalho de Carnegie sempre girou em torno da transformação do indivíduo e de mostrar a importância do desenvolvimento pessoal.

Para tanto em outro livro de sua autoria, Como parar de se preocupar e começar a viver, de 1948, ele apresenta táticas para se libertar de ansiedades incômodas que diminuem a felicidade e a produtividade. O livro nasceu das experiências de Carnegie ao ensinar educação adulta no YMCA de Nova York. Ele percebeu que a preocupação era um tema comum entre os alunos, independentemente de sua profissão ou contexto, e decidiu escrever algo que os inspirasse a agir contra os seus demônios psíquicos.

Brasil é o país mais ansioso do mundo e sofre “epidemia”, segundo a OMS

Nos sete anos que passou escrevendo o livro, Carnegie pesquisou a filosofia antiga e conversou com uma gama de homens de negócios sobre as suas estratégias para vencer as preocupações. Mas o que é mais importante é que ele conduziu um experimento ao dar conselhos sobre isso aos seus alunos e observar o que funcionava.

Entretanto, 70 anos depois, o tema continua atual. O medo do futuro, problemas com desemprego, o excesso de estímulos virtuais, a busca desenfreada por entregar ótimos resultados na vida profissional e acadêmica, por exemplo, tem feito da ansiedade uma epidemia. O Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo. São 18,6 milhões de brasileiros, ou seja, pouco mais de 9% da população.

Diante disso, mais e mais pessoas têm buscado ajuda para lidar com e questão. Em Como parar de se preocupar e começar a viver, Carnegie listou algumas estratégias para driblar o medo e a ansiedade e que valeram no fim da década de 1940 e valem ainda hoje:

1. Pergunte a si mesmo: “Qual a pior coisa que pode acontecer?”

Há uma técnica simples de três passos que pode ajudar quando você é sitiado por preocupações pessoais ou profissionais. Primeiro, pergunte a si mesmo qual a pior coisa que poderia acontecer. Segundo, prepare-se para aceitar o pior. Terceiro, pense como fazer algo de bom a partir do pior, caso venha a acontecer.

A técnica é baseada em uma anedota de Willis Carrier, fundador da indústria de ar condicionado homônima. Quando trabalhava para a Buffalo Forge Company na juventude, Carrier percebeu que um novo sistema de limpeza de gás que a sua companhia oferecia não era tão eficiente como se esperava.

Ele se deu conta que a pior coisa que poderia acontecer é que a empresa perderia 20 mil dólares. Então ele aceitou isso: a companhia poderia entender essa perda como custo de pesquisa de novas estratégias. Em seguida, ele pensou como melhorar a situação: se a companhia comprasse novos equipamentos no valor de 5 mil dólares, o problema se resolveria. Foi o que fizeram, e terminaram ganhando 15 mil.

2. Enxergue tudo de forma objetiva

“Se um homem se dedica a enxergar os fatos de forma imparcial e objetiva, as suas preocupações vão normalmente evaporar à luz do conhecimento”, disse o decano do Columbia College, Herbert E. Hawkes, a Carnegie.

Carnegie fala de duas maneiras de ver de modo objetivo. Você pode fingir que está analisando a situação para outra pessoa, para se ver menos emocionalmente envolvido com a questão. Outra ideia é imaginar-se um advogado que está se preparando para defender o outro lado da questão – contra você. Escreva os fatos nos dois lados do caso e você geralmente terá uma imagem mais clara da realidade.

3. Gere soluções potenciais para o problema

Leon Shimkin, então diretor geral da editora Simon and Schuster – da qual depois se tornou proprietário – imaginou uma maneira de cortar em 75% o tempo que ele gastava em reuniões.

Ele estabeleceu que cada vez que alguém quisesse apresentar um problema em uma reunião, deveria primeiro submeter um memorando respondendo a quatro perguntas: qual é o problema? Qual é a causa do problema? Quais são as possíveis soluções? Qual delas você sugere?

Segundo Shimkin, depois da introdução desse sistema, raramente alguém vinha até ele expressar sua preocupação. “Percebeu-se que ao responder às perguntas era preciso observar todos os fatos e pensar o problema”, disse ele a Carnegie. Quando as pessoas faziam isso, se davam conta de que “a solução adequada surgia como uma fatia de pão pula de uma torradeira”. Em outras palavras, a ação tomou o lugar da preocupação e da lamentação.

4. Lembre-se da lei das probabilidades

Pense na probabilidade de um evento específico ocorrer e reflita se vale a pena se preocupar. São boas as chances de que aquilo que preocupa você sequer possa acontecer.

Carnegie escreve que a marinha norte-americana empregou a lei das probabilidades para melhorar o moral dos marinheiros. Aqueles que eram designados para petroleiros de alta octanagem tinham medo de afundar quando o navio fosse atingido por um torpedo. Então a marinha providenciou as informações exatas: de cada cem navios atingidos por torpedos, 60 permaneceram sem afundar e apenas cinco afundaram em menos de dez minutos. Os outros tiveram tempo o bastante para que a tripulação deixasse o navio.

5.Ponha ordens de stop-loss em suas preocupações

Essa estratégia é baseada em um princípio do mercado de ações. Funciona assim: você compra ações a 100 dólares, mas estabelece uma ordem de stop-loss a 90 dólares. Assim que a ação cai para 90 dólares, você a vende – sem maiores perguntas – e evita perdas maiores.

Você pode usar esse princípio no dia-a-dia. Por exemplo, Carnegie certa vez quis escrever romances, mas depois de duas semanas tentando sem sucesso, decidiu suspender a experiência e voltar a ensinar e a escrever não-ficção.

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