A catarinense Neuza Marcineiro ficou longe da neta por três anos, mas manteve contato frequente pelas redes sociais para continuar presente na vida da menina
A catarinense Neuza Marcineiro ficou longe da neta por três anos, mas manteve contato frequente pelas redes sociais para continuar presente na vida da menina.| Foto: Arquivo pessoal/Neuza Marcineiro

A ansiedade da avó Neuza Marcineiro nos corredores do Aeroporto Internacional de Florianópolis era visível. “Ela tinha ficado três anos longe da única neta, e agora a veria de novo”, conta Karyne Furlan, filha de Neuza, que acompanhava o esperado reencontro entre a catarinense de 60 anos e a menina de 7. “Quando começou o desembarque, até pedi para que minha mãe se acalmasse”, recorda.

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Só que o pedido não adiantou e, no momento em que Neuza viu a neta correndo em sua direção no último domingo (5), ela também se apressou, recebendo um abraço muito mais forte do que esperava. “Não imaginei que a Ágata tivesse crescido tanto”, afirmou a avó, ao lembrar a situação inusitada que viveu logo depois.

A avó perdeu o equilíbrio com a força do abraço de reencontro e ficou no chão do aeroporto de Florianópolis com a neta. Foto: Arquivo pessoal/Neuza Marcineiro
A avó perdeu o equilíbrio com a força do abraço de reencontro e ficou no chão do aeroporto de Florianópolis com a neta. Foto: Arquivo pessoal/Neuza Marcineiro

“Eu perdi o equilíbrio na hora e, para não ir de joelho no chão, resolvi cair para trás e segurá-la em meus braços com toda força do amor que sinto por ela”, completou, citando o “tombo” que emocionou milhares de pessoas nos últimos dias.

De acordo com a tia Karyne, o reencontro foi tão emocionante que ela decidiu postar o vídeo nas redes sociais. “Mas nunca imaginei uma repercussão tão grande”, comenta a enfermeira, ao garantir que as imagens mostram apenas uma parcela da relação especial que existe entre dona Neusa e a neta. “Minha mãe é louca por ela!”.

E esse carinho superou a distância de 10 mil quilômetros entre Brasil e Alemanha. De acordo com a avó, a garota se mudou com os pais para a Europa no final de 2018 e a família combinou de se reencontrar em 2020. “Só que veio a pandemia e não foi possível viajar”, recorda a catarinense, que precisou manter as chamadas de vídeo constantes para manter o vínculo.

Segundo ela, as ligações eram diárias, elas brincavam juntas, conversavam. e a avó até cuidava da neta por telefone quando a mãe da garota tinha compromisso. “Eu só não percebi o quanto ela estava crescendo porque, na maioria das vezes, via apenas seu rosto”, brinca a avó que, mesmo sem acompanhar a mudança física da neta, conseguiu participar das conquistas e desafios dela, como se estivesse por perto. "Eu a amo demais e estou muito feliz por estar com ela aqui!", afirma.

Benefícios do vínculo

E essa felicidade não é o único benefício do afeto com netos e outras crianças. De acordo com um estudo promovido pela Generations United, em parceria com Eisner Foundation, empresa especializada na promoção de programas intergeracionais dos Estados Unidos, essa convivência entre crianças e idosos reduz o sentimento de solidão dos mais velhos e contribui para a educação das novas gerações.

De acordo com a psicóloga Ana Paula de Castro, isso acontece porque os pequenos têm contato com vivências e experiências de vida que podem se tornar referências importantes na construção ou reforço de seus valores.

Além disso, “os netos transmitem aos avós sua vivacidade, energia, disposição e habilidades do mundo virtual”, comenta a especialista, ao explicar que a troca afetiva ainda faz com que a criança aprenda, desde cedo, a respeitar o conhecimento dos mais velhos e honrar a sabedoria deles.

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