Coordenado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o “Mãos que Ajudam” conta com o apoio de 150 mil envolvidos
Coordenado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o “Mãos que Ajudam” conta com o apoio de 150 mil envolvidos| Foto: Divulgação

Com seu ateliê fechado devido às medidas de proteção contra a Covid-19, a design de moda Lilian Ferreira Silva decidiu usar sua máquina de costura e o tempo que tinha disponível para produzir mais de mil máscaras para doação. “Passei a dedicar pelo menos seis horas diárias com esse objetivo e me sinto realizada”, afirma a moradora da cidade de Teresina, no Piauí. “Assim, aqui em casa ninguém fica entediado”, garante a voluntária, que é integrante do projeto nacional “Mãos que Ajudam”.

A iniciativa é coordenada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em todo o Brasil, e envolve aproximadamente 150 mil voluntários como Lilian. “São pessoas que têm seus afazeres, trabalho e família, mas que também querem fazer a diferença na vida de alguém, principalmente durante esta quarentena”, explicam os diretores regionais de Assuntos Públicos na região de Curitiba, Dimítrios Kogiarídis e Sérgio Silva.

Para isso, cada voluntário ajuda no horário de sua preferência e com a parte da produção que mais lhe agrada. “Um pode comprar tecido, outro cortar, costurar, colocar o elástico ou ainda embalar tudo para distribuição”, afirma Kogiarídis, explicando que todas as fases da confecção são realizadas em família ou em grupos de até três pessoas. “Sempre usando máscaras e higienizando as mãos frequentemente”.

Depois de finalizados, os itens são distribuídos para hospitais, lares de idosos e pessoas que precisam. “E isso ocorre simultaneamente em todas os estados do país, totalizando mais de 3 milhões de máscaras que produziremos até o final de maio”, comemora o coordenador nacional do projeto, Nei Garcia.

Todos podem ajudar

A ação iniciou na segunda quinzena de abril e tem incentivado os membros das 2.142 congregações da igreja no Brasil a se envolverem como podem. “No meu caso, por exemplo, eu já estava decidida a fazer máscaras para doar, então aproveitei esse projeto para isso”, conta a paranaense Silmara Barbosa Martins.

Recuperada de um câncer nas mamas e pulmões, a confeiteira se dedica ao voluntariado como forma de agradecer pela vida. “Deus fez um milagre em mim e hoje faço o possível para ajudar outros”, conta a moradora de São José dos Pinhais ( na região metropolitana de Curitiba) que, mesmo sentindo fortes dores devido à medicação que ainda toma, se alegra em colaborar. “Os remédios me dão mal-estar, dor de cabeça e fraqueza nas pernas, mas produzir essas máscaras tem me fortalecido”, garante a mulher de 44 anos, que convida todos a ajudarem também.

Para isso, basta entrar em contato com os líderes da campanha por meio da página “Mãos que Ajudam”, no Facebook. Ali, os interessados serão direcionados às ações em andamento na sua região e poderão contribuir da forma que preferirem.

Fábrica fechada

Além da atuação de voluntários, uma fábrica de roupas religiosas pertencente à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – a Indústria Beehive – parou de produzir as peças de vestuário de costume, para que seus 32 funcionários ajudassem na campanha. Dessa forma, os colabores passaram a trabalhar em horários alternados, confeccionando 12 mil máscaras diariamente.

O trabalho tem sido realizado na cidade de Embu, região metropolitana de São Paulo, e os itens produzidos serão entregues à Secretaria de Desenvolvimento Social do estado para distribuição em instituições de idosos.

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